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Um
polo depende de seu contrário, desta forma, continua esta dualidade e a ela pertencem
os processos cósmicos. A base de todas estas mutações evidencia-se perante quem
sabe formar uma ideia de conjunto e também detetar as suas inter-relações. Encontrarei
o dia no qual o odioso valor dos conflitos será de meu agrado.
Oh! Grande soberano do Cosmos e árbitro do Universo, põe
já limites de uma vez por todas às minhas penosas tribulações e fim às minhas
desgraças! O pastor de Társis e o seu rebanho foram mortos e espalhados como saque
de guerra pelas regiões do reino das trevas. O odio e as murmurações da gente dominam
com arrogância e os soberbos vão seguindo muito de perto a obra do maligno para
connosco.
Já é muito o tempo que levo sofrendo pela inatividade das
minhas mãos, pois o medo e o pavor, o sofrimento e a dor e a doença arrepiante
desolaram a casa da Alquinatura. A vida pode durar cem anos e, além disso, está
dividida em partes iguais em noites e dias. Durante o dia sou um escravo, a minha
sorte não tem nada de invejável; quando chega a noite, o que faço é acatar as
sentenças dos “pareceres dos outros”.
A importância e que as dão ao “parecer dos outros” e atinge
um grau tal que nos coloca algumas dificuldades. Tudo isto se deve à mais
rigorosa oposição por parte do Dragão e as circunstâncias modelam estas formas.
Para além de os demónios causarem danos, também se produzem sinais enganosos. Como
nos podemos fiar então em ditos sinais, e acreditar naquilo que recebemos?
Este pensamento
previsor constitui, de certo modo, o fundamento teórico-prático da Alquinatura
e nem sequer é aplicável verdadeiramente àquilo que se concebe como conhecimento
empírico, pois a grande argúcia do Dragão envolve tudo num terreno
especulativo. Não será demais recordar que nós, os alquinaturistas, temos por princípio
o cumprimento da roda da fortuna; nela vislumbra-se o caminho para que possamos
atuar retamente, sempre vinculado aos 24 Arquétipos da Ética.
Nº
|
ARQUÉTIPO
GENÉRICO
|
Nº
|
ARQUÉTIPO
ESPECÍFICO
|
RELAÇÃO COM
ARQ. MENTAL E ARQ. EMOTIVIDADE
|
ESTEREÓTIPO
OU TRANSGRESSÃO
|
1
|
Respeitar a Natureza
|
1
|
Naturista
|
A.M: Consciente
E.M: Inconsciente
|
·
Por tomar fármacos, drogas, álcool em excesso.
·
Maus hábitos ou vícios.
·
Música agressiva.
·
Maltrato aos animais.
·
Agredir ou contaminar o ecossistema.
|
2
|
Hierárquico
|
A.E: Sensato
E.E: Insensato
|
·
Soberbo.
·
Intransigente.
·
Não respeita as hierarquias.
|
2
|
Não matar ou ferir
|
3
|
Pacífico
|
A.M: Carinhoso
E.M: Arisco
|
·
Executar uma ação sem necessidade de se defender.
|
4
|
Pacifista
|
A.E: Alegre
E.E: Tenso
|
·
Promover uma ação bélica ou conflito por interesse.
·
Colaborar com uma ação bélica ou conflito.
|
3
|
Não roubar
|
5
|
Honrado
|
A.M: Forte
E.M: Débil
|
·
Roubar por ambição ou avareza.
|
6
|
Humilde
|
A.E: Bom
E.E: Avaro
|
·
Aproveitar-se do próximo.
|
4
|
Fiel
|
7
|
Integro
|
A.M: Envolvido
E.M: Tímido
|
·
Adúltero com as relações.
|
8
|
Coerente
|
A.E: Idealista
E.E: Convencido
|
·
Adúltero com as ideias, doutrina e filosofia.
|
5
|
Honesto
|
9
|
Transparente
|
A.M: Sereno
E.M: Nervoso
|
·
Usar argúcias ou enganos.
|
10
|
Moralista
|
A.E: Negligente
E.E: Instável
|
·
Desenfreado, vicioso e opulento.
|
6
|
Virtuoso
|
11
|
Rigoroso
|
A.M: Aberto
E.M: Dogmático
|
·
Degenerado.
·
Prostituto.
|
12
|
Sincero
|
A.E: Coerente
E.E: Caótico
|
·
Falso.
·
Anárquico.
|
7
|
Protetor
|
13
|
Justo
|
A.M: Aproveitador
E.M: Desleixo
|
·
Injusto.
·
Não solidário.
|
14
|
Sensato
|
A.E: Trabalhador
E.E: Preguiçoso
|
·
Egoísta.
·
Antipático.
|
8
|
Amar ao Próximo
|
15
|
Bom
|
A.M: Realista
E.M: Confuso
|
·
Individualista com os filhos, o/a parceiro(a) e os
outros.
|
16
|
Generoso
|
A.E: Respeitador
E.E: Protesta
|
·
Agarrado.
·
Forreta.
|
9
|
Amor à igualdade
|
17
|
Modesto
|
A.M: Capacitado
E.M: Incapacitado
|
·
Ambicioso.
·
Açambarcador.
|
18
|
Puro
|
A.E: Amigável
E.E: Solidário
|
·
Abusa do parceiro, dos filhos e dos outros.
|
10
|
Não levantar falso testemunho
|
19
|
Verdadeiro
|
A.M: Seguro
E.M: Inseguro
|
·
Mentir ou estabelecer uma mentira.
|
20
|
Franco
|
A.E: Firme
E.E: Medroso
|
·
Não calar ante a mentira.
|
11
|
Não alterar as relações
|
21
|
Ortodoxo
|
A.M: Satisfeito
E.M: Insatisfeito
|
·
Alteração das relações sexuais.
|
22
|
Aberto ou herege
|
A.E: Claro
E.E: Indeciso
|
·
Fechado às mudanças.
·
Ateu.
·
Nega a realidade.
|
12
|
Amar a justiça
|
23
|
Idealista
|
A.M: Engenhoso
E.M: Retraído
|
·
Abstrair-se da doutrina, filosofia ou ideologia.
|
24
|
Solidário
|
A.E: Amante
E.E: Egoísta
|
·
Abstrair-se da Justiça.
|
AM: Arquétipo
Mental
AE: Arquétipo da
Emotividade
EM:
Estereótipo Mental
EE: Estereótipo
da Emotividade
Através do cumprimento das leis da ética conseguiremos tudo
aquilo que queremos alcançar; é por isso que a moral é a arma mais poderosa oferecida
aos seres humanos. O Homem possui uma personalidade capaz de apreciar o valor
material das coisas e, neste sentido, a única ideia que o move é o dinheiro.
No que se refere à literatura, a Bíblia parece ter
deixado como legado a mensagem ou a palavra de Deus. Esta obra deve ser
considerada bastante fiável, mas está claro que a Bíblia não deve ser analisada
fora do seu contexto. Jesus Cristo não teve melhor sorte do que todos aqueles
que pretenderam que os Homens se sentissem irmãos.
Um fatalismo pessimista banha a vida revolucionária de
todos aqueles que lutaram por um mundo melhor no qual não exista a cobiça. Por cima
de todas aquelas revoluções baseadas na tomada do poder por meio da força, que
não deixaram de influenciar a aquisição de melhorias sociais, eleva-se a autêntica
doutrina. Esta propõe uma solução visando a mudança do próprio Homem, mas se o
homem não muda, a sociedade tampouco mudará.
Assim, tudo se situa num antagonismo involucrado na
polémica, porque nenhum partido ou ideologia consegue demostrar ter razão. O caminho
através do qual se pode alcançar metas para poder transformar o homem é frequentemente
um caminho de sofrimento ilimitado temporalmente, o preço a pagar por uma glória
não reconhecida, mas de duração eterna.
Desde a madrugada de quarta-feira 7 de março de
1274, na qual ocorreu a morte de santo Tomás, os monges do mosteiro de Fossa
Nova velaram o defunto até ao funeral e à sua sepultura. Durante estes três dias,
segundo se diz no processo e nas primeiras biografias, ocorreram três factos
milagrosos.
O primeiro ocorreu na Colónia. San Alberto
Magno, depois de renunciar à sede episcopal em 1262, tinha retomado o ensino, primeiro
em Würzburg e depois, em 1267, em Colonia. Em 1274 assistiu ao concilio de
Lyon, mas regressou à sua universidade de Colónia, onde permaneceu até à sua morte,
ocorrida a 15 de novembro de 1280. Alberto de Colónia foi declarado santo e doutor
da Igreja pelo papa Pio XI a 15 e 16 de dezembro de 1931, respetivamente.
O mestre Alberto, a 7
de março de 1274, estando no convento dos dominicanos da cidade, conheceu de
modo sobrenatural o momento da morte de santo Tomás. Sentado à mesa na
presencia do prior e de alguns frades, de repente, começou a chorar. Ao lhe perguntarem
o motivo do seu pranto, respondeu: «Frei Tomás de Aquino, meu filho em Cristo,
que foi luz da Igreja, partiu deste mundo» (G 179). O prior comprovou depois
que isto tinha sucedido no próprio dia da morte do Aquinate, pois tinha anotado
a data daquele feito milagroso.
O segundo foi em Fossa
Nova. O cisterciense Pedro de Montesangiovanni contou, na sua declaração no processo
de canonização, que foi testemunha de uma cura milagrosa. «Estando frei Tomás
morto e jacente ainda no quarto em que faleceu, antes do seu corpo ser lavado,
frei João de Florentino, subprior do mosteiro, que tinha perdido a visão dos
olhos, quando foi beijar com devoção os pés do defunto, tal como faziam todos os
monges, porque era conhecida a sua santa vida, alguém o aconselhou: «Aproxima-te
e põe teus olhos sobre os deste santo homem». Então, frei João, com devoção, aproximou-se
e juntou os seus olhos aos de Tomás. No mesmo instante e de repente recuperou a
visão» (Pr 276).
O testemunho deste facto
milagroso contou que: «Também estavam presentes, quando isto sucedeu;
Francisco, o bispo de Terracina, frei Reginaldo de Piperno e quatro ou cinco
frades franciscanos, alguns frades dominicanos e os monges e os leigos do mosteiro,
cerca de uma centena» (Pr 276-277). Acrescenta que todos puderam ver o frei João,
que depois com a vista recuperada, foi eleito bispo de Umbria, por um período
de trinta anos (G 179). Foi muito grande o impacto causado por este milagre, a
todos estes e também aos que assistiram ao funeral e assim o puderam comprovar.
Foi como uma confirmação que veio do alto, à fama de santidade que tinha o
santo Tomás.
A missa solene do funeral
celebrou-se na sexta-feira a, 9 de março, pois era costume dos cistercienses
celebrar os funerais ao terceiro dia despois do atestado de óbito. Assistiu o
bispo Francisco de Terracina, os franciscanos que o acompanhavam, muitos nobres
parentes dos Aquino – porque naquela região viviam muitos familiares –,
numerosos amigos da família e muitos fieis, que vieram devido à notoriedade e reputação
de santidade do defunto.
Só assistiram alguns, mas
poucos, dominicanos, que chegaram dos conventos das cidades próximas de Gaeta e
Anagni. Sempre nos surpreendeu que não assistissem os superiores dominicanos,
nem de Nápoles nem de Roma, pois ambas distam somente uns cem quilómetros de
Montecassino. Todavia, ainda parece mais estranho que nem sequer tenham enviado
alguém que os representasse, o que nos religiosos se chama um vigário. É como
se não lhes fosse conveniente por motivos políticos.
Também chegaram muitas
mulheres para assistir ao funeral. Entre elas, estava a sua sobrinha Francisca.
Como em todo o mosteiro vivia-se numa clausura rigorosa, não puderam entrar na formosa
igreja gótica. Do castelo de Maenza, onde ela residia, do qual tinha partido
santo Tomás, ao se agravar o seu mal, até ao mosteiro, estavam uns dez quilómetros.
A condessa, ao saber que piorava, chegou no dia anterior ao seu falecimento e
passou a noite em que morreu santo Tomás às portas do mosteiro. Os monges, não
obstante, tiveram a amabilidade de levar o caixão à portaria para que pudesse vê-lo
e assim despedir-se do seu tio. Francisca, que estava acompanhada de outras
mulheres, chorou amargamente. A cena, tal como conta Gui, emocionou a todos
(CF. G 176).
Ocorreu então o terceiro
milagre. Os lamentos e gemidos das mulheres chegaram ao estábulo, onde estava a
mula com a qual santo Tomás tinha cavalgado a caminho de Fossanova. «O animal rebentou
a corda com a qual estava atado no estábulo, saltou para fora do mesmo e sem
que ninguém o guiasse chegou até ao caixão e sem que estivesse doente morreu: foi
como se Deus também mostrasse nos animais que a grande luz da igreja tinha
morrido» (T 112).
O papa Paulo VI, na
extensa carta Lumen Ecclesiae, de 20
de novembro de 1974, escrita pela ocasião do VII centenário da morte de santo
Tomás, pegou nesta última expressão de Tocco colocando-a no inicio da mesma e
portanto, ficou como título do documento pontifício. Começa com estas palavras.
«Luz da Igreja e do mundo inteiro, assim é aclamado com razão santo Tomás de
Aquino». Na realidade, o primeiro que disse que santo Tomás era «luz da Igreja»
foi são Alberto Magno, ao conhecer milagrosamente o momento de sua morte […].
(Texto extraído da obra Santo Tomás de Aquino de
Eudaldo Forment, págs. 248 – 250)
A transformação do homem produzir-se-á mediante uma lei
que virá a ser imposta de fora, uma força cósmica e viva por conta de alguém
que a fará brotar conforme a lei inerente que rege os padrões universais. Trata-se
aqui de um fenómeno que servirá ao Homem no seu caminho evolutivo.
Autor: A.M.F. EL LEÓN
Traducão: Luísa Coelho