sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A ENTREGA DE DIPLOMAS - Parte 1


O Homem não pode servir a dois amos: a Deus e ao dinheiro. Sem dúvida, o dinheiro, na sua justa medida, também é necessário para viver. A essência da vida consiste em disfrutar dela, mas quem pode hoje dia disfrutar de um mundo multicolorido tendo uma vida fabulosa e plena? A obra do mundo capitalista contém a doutrina da avareza. É por isso que o reconhecimento de algo se baseia na ideia de que isso nos pode trazer benefícios económicos. Quanto mais abundem estes propósitos, tanto mais perderemos o pensamento de criar um mundo melhor onde haja justiça e equidade entre os homens.


            Que guerra! Quanta coisa horrível há no caminho em direção ao Céu! Sem dúvida, este sobrepõe-se às desgraças, pois suportou que os astros negros, ou seja, os governantes das trevas, destruíssem uma vez a Terra, então chamada “Civilização Atlante”. Para além disso, também resistiu a que fosse novamente reconstruida a Terra: 



A queda de Adão e Eva

A crucificação de Cristo

A crucificação de Pedro

A crucificação de Paulo

A persecução e morte os primeiros cristãos

A queda da igreja às mãos de Satanás

O dragão ter matado o filho da mulher já no decorrer do Apocalipse.

Que a mulher e a sua descendência estiveram 1260 dias no deserto cheio de demónios.

E que dia a dia os santos sejam vencidos.

Cada pessoa tem uma moral subjacente que lhe gera uma convicção clara e definida; contudo, com o passar do tempo, declara-a como artificial ou pouco exata.



SOBRE A ÉTICA    
                                                                                             
«1 4 A sabedoria não entrará numa alma maligna nem habitará num homem sujeito ao pecado. 5 O Espírito Santo, que nos educa, foge da duplicidade, afasta-se dos pensamentos insensatos, retira-se ao aproximar-se a iniquidade».

                                                           (Sabedoria 1: 4 e 5)



A IMPIEDADE

«2 21 Os critérios errados dos impios, Estes são os seus pensamentos mas enganam-se porque os cega a sua malicia. 22 Ignoram os desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no premio reservado às almas simples. 23 Com efeito, Deus criou o homem para a incorruptibilidade e fê-lo à imagem do seu próprio ser. 24 Por inveja do diabo é que a morte entrou no mundo, e hão de prová-la os que pertencem ao diabo».

(Sabedoria 2: 21 – 24)



O impio nega a realidade vindoura com base naquilo que nos indicam as Escrituras.

Nega que Jesus veio para nos redimirmos e também a sua morte, a sua ressurreição e a sua obra.

Negam o testemunho dos apóstolos recolhido nos Evangelhos, baseado no conhecimento, na justiça e no amor pelos outros.

Nega a promessa de Deus e de Jesus.

Há outros que não o negam, mas perdem-se nos momentos difíceis.



«3 6 Ele os provou como ouro no crisol e aceitou-os como um holocausto. No tempo da intervenção de Deus, os justos resplandecerão e propagar-se-ão como centelhas através da palha».

(Sabedoria 3: 6 – 7)



O justo faz a sua obra sem procurar benefício algum, simplesmente, deixa-se levar pela sua doutrina.

Se algo lhe corre mal, ou lhe acontece alguma desgraça ou doença, diz:

Tenho tido fé e paciência, e procurado o que há de vir, mas este tarda ou não chega. Neste trabalho diário, desventura e desgraça foi só o que encontrei; e não a esperança que nos foi prometida.

Quem sabe se todavia não chegou o tempo prometido, pelo menos quando morrer por Deus, que ele me tenha em conta.

E se Deus não existir, pelo menos lutei e sofri por uma boa causa para o homem, na qual coloquei todas as minhas ilusões e todo o meu coração.



O IMPÍO E O ADÚLTERO

               Estes agarram-se à esperança paradisíaca, sem parar nos pormenores nem na estreiteza do caminho. Por isso, quando os maus momentos chegam, a sua fé debilita-se e cambaleia porque não é uma fé que se baseia na doutrina, mas sim naquilo que a doutrina promete; como tal sentem-se insatisfeitos.





Insatisfeitos os que choram.

Insatisfeitos os que ganham pouco.

Insatisfeitos os que estão fartos.

Insatisfeitos os que tremem de medo.

Insatisfeitos os que protestam.

              

               A obra do homem pode estar cheia de pontos negros e de alguma ou outra má ação; algo próprio dos estereótipos subjacentes que, por vezes, se é incapaz de reprimir. Apesar disto, na pessoa que se quer abeirar do Céu, devem reinar dois pensamentos primordiais: o primeiro é reconhecer e reprimir as suas más ações e o segundo, ter fé e ser consciente de que só existem dois caminhos: o do Mundo e o do Céu. Dentro deste último temos a Terra (alquinaturistas passivos) e temos o Céu (propiamente dito) formado pelos que estudam Alquinatura.


               Fora deste contexto, ninguém pode permanecer indiferente. O equilíbrio da conceção é particularmente importante; aqui impõe-se valorizar a obra do estudo da Medicina Alquinaturista: o órgão celestial onde se toca a melodia da saúde com o desvanecimento de qualquer tipo de recompensa externa. Neste caminho, segundo o que me é dado, aparecem histórias de homens e de mulheres, consumadamente a padecer de sofrimentos, ultrajes, blasfémias e despeito.


            Não se pode chamar de cristão àquele que vive tranquilamente neste mundo porque, sem dúvida, este é um mundo de maldade. Tampouco podemos denominar de humana aquela pessoa que vive indiferente ante as misérias do mundo. O Céu deu-nos o seu corpo, não paramos de padecer uma vez e outra numa ladainha de argúcias negras e assim, soberanamente, dia-a-dia, ganhamos o Céu. Assim, o dia de hoje é um ato solene com as Vestimentas Brancas do Céu e, assim, o diploma que recebemos representa o corpo de todos os Santos do Céu. 





A PURIFICAÇÃO DA NATUREZA

            A Natureza tem como que uma tarefa a mais; a de criar novos homens. Órfão é a denominação que recebe o Homem frente ao mundo. O retorno à Natureza significa escapar da sociedade tal como esta se nos apresenta. Quem sabe viver renunciando a esta, com o tempo perde a sua conjuntura de alienado, deste modo, seremos bem-vindos para governar a Natureza e, por sua vez, servi-la.


Então duraremos eternamente.

O Reino da Natureza somente quer unir e alimentar os Homens.

Vindo o lenhador, às árvores fortes lhes aguarda a talha.

Com os bons costumes as pessoas deveriam viver pelo menos 100 anos sem terem estado doentes.


           
A PURIFICAÇÃO DO CÉU

                A discrepância existente entre o Mundo e o Céu baseia-se no facto de que nenhuma chave abre duas portas. No caminho do Céu, o que ao princípio parece uma desgraça, revelar-se-á com o passar do tempo como algo ditoso. Pelo contrário, nas veredas do mundo a aparente felicidade tornar-se-á inoportuna, a razão converter-se-á em loucura e o sentido estará sumido numa confusão constante.




Se se reconhece o bom como tal,

não se sofre grandes males.

Por isso, o que ama a justiça

é digno de que se lhe confie a humanidade.

           
Ao olhar não o vemos, chama-se Apocalipse.

Ao escutá-la não a ouvimos, chama-se Doutrina.

Os bons mestres servem aos outros,

eludir a sua doutrina é o começo da confusão.





A PURIFICAÇÃO DA MEDICINA


         O Imperador Amarelo foi venerado como o patrono do Taoísmo, não foi um eclético puro, mas defendeu uma tese bastante homogénea que se apoiava no futuro desses tempos. Ele defendia a ideia de que para governar um estado e estabelecer a ordem tinha que recorrer às leis e a outras medidas apropriadas. As duas forças primordiais das quais surge o seu reino são o fomento da cultura e da saúde.


            Com respeito à cultura, devia-se procurar integrar as pessoas de forma ingénua e pura, no conjunto harmónico da Natureza, frente a um exagerado ênfase no desenvolvimento da razão e sobre o âmbito da saúde, o Imperador Hoang Ti disse o seguinte:


«O povo amiúde está doente. Absorve sem rumo, chás e produtos tóxicos. Desejo que seja tratado com as agulhas de Acupuntura. Poderia você ensinar-me dita ciência de uma forma clara para que possa ser transmitida às gerações futuras».

Fragmento extraído do livro “Nei King (Canon de Medicina) de Hoang Ti”




A PURIFICAÇÃO DO FLAMENCO


         As leis da Natureza não são simples criações mentais, a base de todas elas está na interação entre os dois polos e à forma de interagir denominamo-la de TAO, pois a sua essência desdobra-se na realidade sob a forma do mundo manifestado. A contemplação pura que encontramos ao observar a Natureza é só uma perceção efémera comparada com a grandeza da sua obra, tal como o Homem e as suas inclinações musicais. Procurando as razões que nos levam a procurar os bons flamencos, encontramos aqueles que são corretos.




                                               Na quarta ele canta e toca

                                               honestos de pouca monta,

                                               de quando em quando soavam

                                               os duendes com as suas lanternas.

                                  

                                               No palco, um cantor,

                                               noite de palmas e olés,

                                               as palmas por compaixão

                                               os Olés tímidos na voz.



                                               Por dentro um flamenco chora

                                               na primavera do tempo,

                                               uns com vozes sonantes,

                                               ele carrega demónios dentro

                                               Flamencos escolarizados,

                                               os ritmos agora são privados.

                                               O cante soa como metal,

                                               o metal de que se pagou.

                                               Quando soarão as vozes

                                               sobre o Guadalquivir,

                                               vozes de antigas lendas

                                               sem enganar a gabar-se!



Autor: A.M.F. EL LEÓN
Traducão: Luísa Coelho