Nesta sociedade onde vivemos, tão
confusa e em crise, é responsabilidade de todos participar na educação dos
nossos filhos, filhos da mãe terra, para que possam desenvolver-se na sua mais
alta plenitude e poder alcançar um maior nível de consciência. Será importante
serem mais críticos e transformadores deste mundo em constante mutação, imerso
numa profunda crise em todas as vertentes: ecológica, económica, política,
judicial, alimentar, educacional, social, filosófica, sanitária, moral e ética.
Nas nossas mãos e nas dos nossos
filhos está o despertar da consciência das leis naturais para poder vislumbrar
e poder sair deste sistema que nos mantém alienados, robotizados, sem vontade.
Todos juntos podemos mudar este sociedade criando uma consciência individual e
coletiva para assim cuidar do nosso planeta, lutar contra as injustiças,
desigualdades e maldades que nos assolam a cada instante. Juntos podemos
construir um novo mundo, um novo sistema educativo, um novo ser humano com mais
consciência, mais evoluído. A consciência é capaz de modificar a realidade.
Tudo na vida é uma viagem para
conhecer. Nós procuramos, para nós próprios, a verdade do mundo que nos rodeia;
daí a importância de que O SISTEMA EDUCATIVO nos prepare para esta viagem, que
nos ensine a conviver, a conhecer o nosso mundo e a realizarmo-nos como ser
humano, não esquecendo de que nesta tarefa devemos envolvermo-nos todos. A
educação ajuda-nos a ser mais livres.
Quando nascemos somos como sementes;
quanto mais as nutrirmos e cuidarmos da sua essência, do que são, melhor se
podem desenvolver e manifestar na sua mais alta plenitude. Existem 6 virtudes: a
Música, a Educação, o Desporto, a Alimentação Vegetariana, a Medicina
Alquinaturista e as Relações. Estas comportam a roda da vida e ao
exercitá-las todas, atingimos um grande equilíbrio. A Educação é um destes
grandes pilares.
Dentro da Educação, podemos
distinguir entre:
- Educação profissional e
- Educação da universidade da vida. Viver é um processo de aprendizagem. O caminho faz-se caminhando e não deve confinar-se somente a uma etapa da vida.
Antes de começar com uma análise profunda do nosso sistema educativo,
gostaria de destacar um ponto de grande relevância. Trata-se da relação que se
estabelece normalmente entre aprender e
memorizar; aprender não é só
memorizar, esta aprendizagem que se faz apenas para responder a perguntas num
exame, de pouco serve. No nosso Tálamo, existem varias zonas de distintas
funções orgânicas , onde grupos de neurónios são os responsáveis pela sua gestão.
Entre outras, estão as zonas do INTELECTO:
intelecto racional, analógico e intuitivo. Mais adiante podeis visualizar uma
tabela onde aparecem os diferentes intelectos e o que cada um deles controla.
Como podem verificar, a memória é só uma parte. É preciso que sejamos capazes
de desenvolver cada uma delas. O sistema educativo deveria estar focado no
favorecimento das mesmas como um todo e não de uma forma fragmentada.
Arquétipo da Luz
|
Intelecto Analógico
|
Ética
Emotividade
Estados
Mentais
|
Intelecto
Analógico
|
Consciência da
Justiça
Consciência
Alimentar
Consciência
Igualdade
Consciência
Matrimónio
|
Intelecto
Analógico
|
Oratória
Imagens
Leitura e
Escrita
Perceção da
Aprendizagem
Arquétipo da
Vida: Governante
|
Intelecto
Racional
|
Memória
Natureza
Órgãos dos
Sentidos
6 Egos Vitais
|
Intelecto
Racional
|
Arquétipo da
Vida: Médico
Intelecto
Cognitivo
Consciência
Coletiva: Animal, Vegetal e Empática
|
Intelecto
Analógico
|
Consciência
Coletiva Comum, da Moral e da Defesa
Violência
Sonhos
Arquétipo da
Vida: Sacerdote
|
Intelecto
Intuitivo
|
O QUE SÃO OS ARQUÉTIPOS?
A palavra arquétipo provém de “arco”, que define “o que a natureza criou”.
Trata-se de uma capacidade inata, natural, só necessitamos de aprender a
desenvolvê-la. Todos temos aptidões, talentos. Poder identificar e manifestar o
que temos dentro de nós, ajudará bastante a transcendermo-nos.
No que respeita aos arquétipos da
luz (conhecimento):
- Profissão: dirigente, artesão,
militar ou polícia, intelectual, educador e inventor.
- Genialidade: cómico, escritor
literário, poeta, médico, pintor e ator.
- Esoterismo: alquimista, antropólogo, místico, filósofo, moralista e
mago.
Cada
pessoa tem pelo menos 2 arquétipos de cada um.
SISTEMA
EDUCATIVO ACTUAL
Cada vez que chegou ao poder um
governo implantou-se uma reforma do sistema educativo; nenhuma das sucessivas
leis educativas têm sabido dar solução aos problemas, pelo contrário,
aumentaram-nos. Pretenderam desenvolver um modelo educativo de acordo com os
seus próprios valores e interesses. Dentro deste sistema capitalista decadente
o melhor é poder contar com um rebanho obediente e conivente e não com seres
pensantes e questionadores.
O nosso sistema baseia-se no ensino
através do medo, da autoridade e com o fomentar de uma submissão passiva à
ordem estabelecida. O seu objetivo é formar seres ausentes, perecíveis,
incapazes de experimentar o verdadeiro gosto pela liberdade.
O sistema educativo deveria
ser um referente social, para assim se poderem extrair lições extrapoláveis
para a vida e também beneficiar de uma posição privilegiada autónoma.
Análise do Sistema Educativo Atual
- Jovens aliciados a procurar o
caminho fácil, aniquilando as suas capacidades.
- Falta de recursos.
- Rejeição ao estudo. Quem ama o
estudo seguirá aprendendo toda a vida. A melhor professora não é a que sabe a
matéria toda, mas a que ensina a amar o estudo; uma vez tal entendido, o
aprendente pode seguir por si só. Só precisará de orientação.
- Educar não é só informar, o
conhecimento deve ensinar-se com consciência. Tecnologia sem sabedoria é poder
cego, é como dar a um macaco uma navalha no decorrer de uma demonstração. Conhecer
sem ser é tão perigoso como um adolescente a conduzir uma bicicleta a alta
velocidade. É necessário aprender sobre a responsabilidade, empatia, capacidade
de valer-se por si mesmo, autoestima, assertividade, reconhecer emoções e
geri-las.
- Educação, não instrução: o
Intelecto deve ser educado antes de ser instruído. Um exemplo: um médico que
não sabe o que faz, na medida em que deteta a doença através dos livros, é
instruído; aquele que sabe adaptar os seus conhecimentos médicos a uma doença
diferentes das que são citadas nos livros, é educado/formado em medicina.
Podemos comparar o cérebro instruído com um cesto cheio de conhecimentos
desordenados; o cérebro educado pode comparar-se a uma caixa onde as ideias
estão perfeitamente classificadas, ordenadas e relacionadas por grupos e estes
grupos estão unificados com a perfeição consciência dos mesmos. Os aprendentes
instruídos não sabem nem discernir, nem ser críticos. É mais importante fazer o
teu próprio poema do que recitar de memória os grandes autores. Trata-se de
aprender a navegar e a desenvolver a nossa inteligência.
- Anulação de capacidades do
aprendente submetendo-o a um currículo fechado sem opção de desenvolver o que
realmente tem dentro de si. O sistema educativo tem de evoluir para abandonar a
massificação em detrimento de um tipo de educação na qual o aprendente possa
escolher as matérias livremente, ao lado de uma formação básica comum. Perante
esta deficiência, procura-se compensar com esgotadoras atividades
extraescolares.
- Cada aprendente não é entendido
de forma individual e conforme os seus interesses. Segue-se o sistema
tradicional de ensino, com exames, livros de textos e repetição motorística sem
outras alternativas.
- Sistema vertical de ensino: o
professor do ensino superior explica os conteúdos de um livro, que muitas vezes
são deficientes.
- Uma alta percentagem de aprendentes
passa de ano sem ter adquirido os conhecimentos do ano anterior. Alguns sem
saber ler de forma compreensível; isto conduz a contínuos fracassos.
- Educação compartimentada por
matérias e temas. O universo é holístico. Foi a mente humana quem fragmentou as
matérias, como o fez a medicina com o corpo humano. Tudo na natureza mostra-nos
a rica interrelação entre cada uma das suas partes. Para compreendê-las é
necessário vê-las no seu contexto. Esta seria a base fundamental para um novo
enfoque educativo, no qual matérias e tema se interrelacionassem entre si.
- O sistema de avaliação atual toma
o processo como um todo e a própria avaliação torna-se no mais importante. Isto
consome muito tempo dos educadores e é o que gera mais stress em todo o processo. A informação converte-se em conhecimento
através da experiência, da prática, não através da memorização. Aprendizagem
como processo e não como produto.
A tudo isto podemos acrescentar
outra futura reforma do Sistema Educativo em Espanha, o anteprojeto da Lei
Orgânica para a melhoria da Qualidade Educativa (LOMCE), aprovada pelo Conselho
de Ministros a 21 de setembro de 2012, pois em vez de melhorar a situação,
continua a ser um reflexo do sistema capitalista e corrupto no qual estamos
imersos. Analisando o texto, podemos observar os seguintes pressupostos:
1. A definição que se faz de educação
é mercantilista e utilitarista, o que subjaz que se vai educar segundo os
princípios do sistema económico atual.
2. A educação como um marco de
competição entre indivíduos. Alunos são, antes de mais, mercadorias. Esta lei
está baseada na oferta e na procura.
3. Pretendem criar provas de
avaliação a nível nacional nos pontos críticos de cada etapa educativa. Tal
usa-se para levantar obstáculos aos alunos, para incentivar a concorrência
entre as escolas dos grandes centros e as escolas em zonas geográficas pouco
favorecidas, enquanto se eliminam professores, ajudas e se sobem os impostos. O
enfoque está na penalização de quem não cumpre os objetivos. O castigo inclui o
retirar de recursos do centro (os alunos menos interessantes para o sistema),
neste sentido, emprega-se o termo “prestação de contas.”
4. Outro objetivo da lei é a
Racionalização da Oferta Educativa, reforçando em todas as etapas a
aprendizagem de matérias instrumentais. Com o aumento do ratio (relação/proporção de alunos) e a eliminação de desdobramentos,
precisamente nessas matérias instrumentais (língua e matemática), o que se
pretende é, por um lado, eliminar as disciplinas mais criativas (música,
artes plásticas) e colocar o foco na superação de provas externas que
apenas valorizam as primeiras matérias. Preparar-se para uma prova não é o
mesmo que aprender.
5. Os centros serão como empresas,
onde o Diretor será um mero gestor. Abandonará qualquer tipo de projeto
educativo para centrar-se em ajustar o orçamento e cumprir com as exigências da
Administração. Os professores são recursos humanos.
6. O diretor
converte-se num gerente e chefe de pessoal ao estilo empresarial, exercendo um
controlo absoluto do centro, relegando o corpo docente e o conselho escolar
para segundo plano. A direção também tem o poder de selecionar professores e de
impor saídas forçosas.
7. O corpo docente começa a ser tratado como mera mercadoria sobre a
qual se exercerá repressão para que estes sigam as orientações estabelecidas,
sendo muitos deles “apontados a dedo”, rompendo-se o princípio da igualdade.
8. Não respeitaram as especialidades dos professores. A estes podem
ser atribuídas matérias e especialidades que não lhes correspondem. É uma forma
de degradar a educação.
9. Retira-se a capacidade de avaliar aos professores, deixa de
existir a avaliação contínua. O título só será dado mediante uma prova externa.
Quem não superar esses testes não vai aprender.
10. Os alunos estão orientados para ensinamentos específicos, não há
espaço para estes e as suas famílias desenharem percursos alternativos; os
ensinamentos estão regulados unicamente pelo Estado.
- Podemos dizer que segregar o aluno não significa potenciar as suas especificidades.
- Eliminar programas de reforço conduz a um maior fracasso.
- Tornar os currículos mais rígidos e a organização do ensino impedem o aluno de explorar o que verdadeiramente lhe interessa.
- Suprimir
matérias para aumentar a carga horária de outras não pressupõe melhores alunos,
sendo que, profissionalizar a direção dos centros e suprimir controlos internos
conduz ao autoritarismo e a uma perda de liberdade.
A educação tem de ser para a vida e não ser
dirigida apenas para a avaliação; deve ser ativa e com a participação dos
alunos. Não será um ensino autoritário nem rígido. Toda a pessoa tem de receber
formação e educação para ir tão longe quanto a sua capacidade o permita.
Não é suficiente que uma sociedade possua
pessoas “muito capazes”. Toda a população tem de ter a possibilidade de
formação durante toda a vida.
A
transformação do mundo não será possível sem um novo ser humano, com uma nova
cosmovisão e a mudança das suas ideias, dos seus valores, das suas relações com
os outros e com o ambiente natural.
Um povo educador saberá eleger dirigentes honestos e competentes.
Estes elegerão os melhores assessores.
Um povo educado não permite corruptos nem incompetentes.
Um povo de ignorantes desperdiça os seus recursos e empobrece-se.
Um povo ignorante vive de ilusões.
O seu principal erro encontra-se num quadro que
não considera a natureza da aprendizagem, a liberdade de eleição ou a
importância que tem o amor e os vínculos humanos no desenvolvimento individual
e coletivo.
HAMUTAL