O Paradigma do
SENTIDO e os seus Seis Princípios
Todo o regime recebe
o seu verdadeiro valor pelo facto de poder brilhar com a luz da justiça e da equidade.
A grande verdade não conhece o vazio, a vida autêntica não é aparente e os três
mil milhões de pobres são os grandes logros dos impérios democráticos. Aqui me
vejo sentado narrando-te a observação das minhas conclusões e vejo como tudo
caminha na direção do abismo – concluiu Tzu Hang.
Depois de tê-lo
escutado atentamente, Alberto contestou:
- As democracias assemelham-se
ao que os indivíduos reclamam, geram muita pobreza, mas também emergem ricos e milhões de pessoas que
vivem relativamente bem, contêm muitas sombras, mas por vezes, também luzes.
O facto de que muitos venerem a democracia como a um deus
é totalmente compreensível, é natural que cada povo ou cada cidadão recolha o
que semeia. Também a Natureza dota alguns indivíduos com uma maior capacidade
do que outros, é por isso, que a mesma Natureza impõe as suas regras.
Nietzsche também acrescentou essa ideia, introduzindo o conceito de
compulsão em relação à vontade e ao ego:
“O que a linguagem designa com o nome de vontade não é, na realidade sinal
de sentimento, complexo tardio mas o que acompanha a vitória de uma compulsão
sobre outras, ou a tradução em termos conscientes do estado de equilíbrio
temporal que se produziu no jogo das compulsões”.
(Fragmento extraído do livro Historia
de la Filosofia, do autor José Maria Garcia de Guzmán sobre Nietzsche)
De imediato, Tzu
Hang contestou:
- Toda a
metafísica do poder deste mundo está edificada sobre o ego patológico; existe
um ego vital e natural no homem que impulsiona a capacidade de superação e que nos
faz transcender: dinheiro para viver, sexo para desfrutar e procriar, título e
reconhecimento para ser valorizado, poder para ter autoridade moral benéfica,
controlo para ordenar o meio e o dogma como elemento de preservação das
doutrinas verdadeiras ou ideias.
Na ordem social, aquele que ostente o poder deve ser sábio e santo, sábio
no estabelecimento do paradigma do SENTIDO e santo porque predica com o
exemplo. O verdadeiro reino é o que pregou Jesus: “Padre-nosso que estás no Céu, venha a nós o vosso reino”.
A santidade de
Cristo mostra-se quando lava os pés a um discípulo e este lhe diz: “Que fazes Mestre?” e Jesus respondeu-lhe:
“No reino de Deus o maior serve ao menor”.
A apreensão do
conhecimento está sempre guiada por interesse, mas existe uma grande diferença
entre o interesse individual e o interesse coletivo:
a) Interesse
cognitivo emancipador coletivo: busca a auto compreensão positiva do
conhecimento como elemento transcendental da própria metafísica do homem em
consonância com as leis do Tao e em benefício da comunidade. Esta situação corresponde
ao ego vital.
b) Interesse
cognitivo emancipador individual: procura o conhecimento contrapondo a ciência
com a consciência. Acredita que a natureza está cheia de erros adota o modelo
de supremacia do homem sobre o homem e do homem sobre a Natureza. Esta situação
corresponde ao ego patológico.
Falaste do
SENTIDO, mas o que é o SENTIDO? – perguntou Alberto - Como se adquire?
Tzu Hang ficou
por um instante pensativo, olhou-o nos olhos e disse:
- O SENTIDO é
puramente cosmológico, o seu ponto de partida encontra-se no desenvolvimento intelectual
da intuição, na razão, no analógico e no coletivo, deste contexto resulta o
fundamento do conhecimento holístico.
Como te disse, o
princípio é adquirido através das seis atitudes, dos sessenta planeamentos que
contêm o Tao Consciência Superior (grupo de neurónios do Tálamo que controlam
todas as funções do organismo, tanto orgânicas como intelectuais, para além das
da consciência). Vou-te mostrar quais são as seis atitudes:
§ Educação escolar
e académica
§ Educação
profissional
§ Educação da
universidade da vida
Quando se pratica a música, a alma voa; com a educação traça-se caminhos
para andar; o desporto fortalece-te e lavra tudo o que semeaste; a alimentação
vegetariana torna-te sensível à Natureza e faz com que a ames; a medicina
Alquinaturista desvenda o novelo da Caixa de Pandora; isto contraria o vício
(pessoas que tomam fármacos) e situa-te na realidade da vida; por último, as
relações tornam-te livre.
Depois de ter
observado atentamente o planeamento das seis atitudes, Alberto perguntou:
- Tu falaste duma
Besta que tinha dois cornos e que esta era a responsável pela situação atual do
mundo. Poder-me-ias explicar melhor o significado disso?
- Claro que posso.
– respondeu Tzu Hang – Mas tudo o que eu possa contar sobre ela já está
referido no Livro do Apocalipse (Bíblia), escrito por João Baptista, lê-o e
verás:
“Vi ainda outra Besta
que subia da terra; tinha dois chifres como um cordeiro, mas falava como um
dragão. Tinha todo o poder da primeira Besta e exercia-o na sua presença.
Obrigava todo o mundo e os seus habitantes a adorarem a primeira Besta – a que
tinha sido curada da ferida mortal. E realizava maravilhosos prodígios; até
mesmo o de fazer descer fogo do céu, à vista dos homens. Com o poder que tinha
de realizar prodígios na presença da Besta, enganava os habitantes da terra,
incitando-os a fabricar uma estátua da Besta que fora ferida pela espada, mas
tinha sobrevivido. Até lhe foi dado poder de dar vida à estatua da Besta, a
ponto de ela falar e dar a morte a quantos não adorassem a estátua da Besta.
E a todos pequenos e grandes, ricos e pobres,
livres e escravos, marcou--os com um sinal na mão direita ou na fronte. E
assim, quem não tivesse o sinal, o nome da Besta ou o número do seu nome não
podia comprar nem vender.Aqui é preciso sabedoria: o que é inteligente decifre
o número da Besta, que é um número de homem; o seu número é seiscentos e
sessenta e seis.”
Apocalipse 13:11-18
- Olha – voltou a
dizer Tzu Hang – enquanto eu atendo este outro paciente, vai lendo o texto, e
vê que conclusões, tiras.
Ao fim de uma
hora, e depois de ter terminado a consulta, Tzu Hang perguntou a Alberto:
- Que tal? Compreendeste
o texto?
- Não compreendi
nada – respondeu Alberto – A entrada profunda no campo espiritual toma uma
dimensão que me ultrapassa.
- Claro – confirmou
Tzu Hang –, o conhecimento da palavra de Deus não se fez para os “sábios” deste
mundo, os “sábios” que este mundo formou, “sábios” do mundo são. Aos “néscios”
do mundo, escolheu Deus dar-lhes sabedoria.
“Mas o que há de
louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de
fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte.”
1 Coríntios 1:27
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