João Paulo
II (Karol Wojtyla)
Karol Józef Wojtyla (Wadowicw, Polónia, 18 de maio de 1920 – Cidade do
Vaticano, 2 de abril de 2005), mais conhecido como João Paulo II, foi o 264.º
Papa da Igreja Católica e Chefe de Estado da Cidade do Vaticano desde 16 de
outubro de 1978 até à sua morte em 2005. Foi beatificado a 01-05-2011.
Em 1948 conheceu o cardeal Stefan Wyszynski, um símbolo da Igreja Polaca
contra o comunismo, que recomendou ao Vaticano a nomeação de Karol Józef
Wojtyla como Papa.
Tendo sido bispo auxiliar (desde 1958) e arcebispo de Cracóvia (desde
1962), converteu-se no primeiro Papa polaco da história e no primeiro italiano
desde 1523.
João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século
XX, tendo visitado 129 países. Recordando-o especialmente por ser um dos
principais símbolos do anticomunismo pela sua luta contra a expansão do
marxismo em lugares como a Europa e a América Latina, onde combateu
energicamente o movimento conhecido como a teologia da liberalização, com a
ajuda do seu braço direito, posteriormente seu sucessor, Joseph Ratzinger.
Desempenhou também um papel decisivo para pôr fim ao comunismo na sua
terra natal e, finalmente, em toda a Europa com o movimento “Solidariedade”. Os
soviéticos proibiram o movimento anticomunismo estabelecendo a lei marcial em
1981; em 1989 caiu o muro de Berlim, impondo o capitalismo pela Europa.
“Portanto,
não vos deixeis corromper, fabricando para vós imagem esculpida de qualquer
ídolo, masculino ou feminino, representação…”
(Deuteronómio, 4-16)
A sua obra
João Paulo II propôs-se como guia do mundo contemporâneo com os seguintes
objetivos:
·
Nova evangelização: mensagem de amor ao mundo dos marginalizados e
desfavorecidos, com a preocupação da descristianização da Europa.
·
Ecumenismo: aproximação entre a igreja e as outras doutrinas religiosas.
·
Compromisso ético e social: opôs-se à injustiça social, criticando o
comunismo e o capitalismo mais liberal; também se opôs ao aborto.
·
Luta pela paz: campanha contra as guerras e o armamento.
·
Rigor doutrinal: João Paulo II opôs-se à corrente cristã Teologia da
Libertação sobre os anos 70, um movimento cristão político com origens
marxistas. Alegando que o marxismo e a política não são compatíveis com o
evangelho, uma das suas frases foi: “Os
fundamentos da religião e da política são distintos, cada um tem os seus
próprios objetivos e cada um tem o poder consciencializar as pessoas; a
política e a religião devem prosseguir separadas”. Também se opôs a dar a
comunhão aos divorciados que voltavam a casar, ao matrimónio dos sacerdotes e à
ordenação das mulheres.
Relações internacionais
No início do pontificado de João Paulo II, a Santa Sede mantinha relações
diplomáticas com 84 estados. Ao falecer este Papa, tinha-as com 173.
Participou, igualmente, como membro de pleno direito ou como observador em
vários organismos internacionais e regionais.
As 104 visitas internacionais de João Paulo II foram realizadas
maioritariamente na sua dupla aceção, como chefe de estado e como cabecilha da
Igreja Católica.
Mapa indicador
dos países visitados por João Paulo II
|
Realizou múltiplas viagens de relevância política, como os encontros com
Mijaíl Gorbachov, em dezembro de 1989, o que facilitou a transição da Europa
comunista à Europa capitalista e o estabelecimento da Igreja Católica na
Europa. Com uma reconciliação com o comunismo, depois da visita a Cuba, com
Fidel Castro, em 1998.
Visitou a ilha Senegalesa da Coreia em 1992, pedindo perdão pela
indiferença da Igreja Católica face à escravidão; 20 milhões de escravos foram
deportados para o mundo novo (1536-1848).
João Paulo II pediu perdão pela injustiça da Inquisição por obrigar a
Galileu Galilei (1564-1642) a retrair-se pelas suas doutrinas heliocêntricas.
Fonte: Documento
“No temáis”, Ministério de Cultura de
España (Wikipedia)
Praça de São Pedro
(30-01-05)
Conclusão
João Paulo II teve uma atitude contraditória, ao opor-se ao movimento
Teologia da Libertação ao Marxismo (“Os
fundamentos da religião e da política são distintos, cada um tem os seus
próprios objetivos e cada um tem o poder consciencializar as pessoas; a
política e a religião devem prosseguir separadas”.)
Qual é o sentido de reprovar o movimento teológico da libertação como
movimento político, e não o contemplar como tal, no seu movimento anticomunista
“Solidariedade”? Se estava em desacordo com o regime que governava é porque
aceitava o que estava por detrás dele. O seu bem-sucedido movimento político
Solidariedade teve consequências para a população, tal como indica o seguinte
artigo:
Marxismo e Cristianismo
É falso que o marxismo não seja compatível com o cristianismo. Os
primeiros cristãos viviam em comunidades nas quais repartiam os seus bens.
“Todos os
fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.”
(Atos
2: 44-45)
Os marxistas defendem que deve desaparecer a propriedade privada e os meios de criar esta riqueza, e que esta
propriedade deve estar nas mãos do Estado (soberania sobre o Estado - ver
notícia “Bielorrusia: 1 por ciento de desempleo gracias al control
estatal de la economia”, in http://www.librered.net/?p=19231)
É verdade que uma política comunista pode apresentar falhas, mas isso
será pela conduta dos defensores, não pelo modelo. O modelo em si é o modelo
natural; o maior serve o menor, como demonstrou
Cristo.
“Depois deitou água na
bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha
que atara á cintura.”
(João 13-5)
Existem duas formas de repartir a riqueza:
uma repartindo equitativamente e a outra obedecendo à própria avareza humana
com o lema “os fins justificam os meios” (guerras, pressões económicas), tendo
como resultado grandes desigualdades e miséria.
Carlos Marx argumentou que uma sociedade que organiza a sua produção só
para a obtenção de lucro cria desordem e caos, promovendo injustiças sociais no
mundo (El Capital, por Carlos Marx).
Não podemos esquecer que o dinheiro é poder.
Quem mais tem, mais poder possui. Portanto,
estamos à mercê das grandes fortunas que condicionam a democracia e as suas
leis para o seu próprio benefício. As urnas e os seus políticos não são mais do
que uma ilusão para o povo, adormecido pela globalização.
Quanto mais conhecimento se trouxer para os demais, maior será o seu
entendimento ao serviço da comunidade. Assim se
cria a unidade, prevenindo e punindo o abuso, em qualquer direção.
Falsa moral
Por outro lado, João Paulo II criticou as desigualdades e a pobreza,
mas não as suas causas e os seus executores; pelo contrário, manteve
relações com o mundo inteiro, o que o dotou de um caráter indulgente e
interessado, já que uma fonte importante do seu próprio financiamento provinha
dos Estados (veja-se o caso Calvi 2007, elpais.com / elpais.com / diário / 2007/06/10/.../1181426402_850215.html).
Reprovar o capitalismo mais liberal é o mesmo que criticar o capitalismo
mais moderado já que este, por definição, significa um mercado livre e o
usufruto da propriedade privada sobre o capital. Logo, o capitalismo mais
liberal é o produto de um capitalismo mais primário. A avareza tem início no
fim.
Para ter uma visão ampla da realidade e assim evitar o fracasso, o homem deve
render-se às leis naturais. Como disse Lao Tsé, o homem deve-se à totalidade.
Lao Tsé (TAO TE KING) XXXVIII
Quando se perde o sentido, então a vida.
Perdida a vida, então o amor.
Perdido o amor, então a justiça.
Perdida a justiça, então a moral.
A moral é a carência da fé e da lealdade,
e o início da confusão.
A premeditação não é mais do que a ilusão do sentido,
e o princípio da
necessidade.
O homem justo está em
conformidade com a totalidade
E não conserva a parte.
Ou, como disse Cristo: “ […]
para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do
SENHOR é que o homem viverá”.
(Deuteronómio 8:3)
Como se argumenta na Alquinatura, existem seis atitudes que contemplam a
expressão dos seis elementos para assim se adquirir um estado de consciência:
música, educação, desporto, alimentação, medicina e relações. Se praticas um
desporto, pratica um que te beneficia; uma música que não agrida a tua própria
natureza (música estridente); uma alimentação que não te contamine, não só do
ponto de vista químico, mas também moral; uma medicina alquímica que potencie o
teu espírito, sane a tua alma e cure o teu corpo por via natural, porque a vida
e a saúde obedecem a leis naturais de causa-efeito e como tal são o resultado
da sintonia entre o homem e a natureza.
“Para
estar saudável faz o contrário do que fizeste para ficar doente”.
(aforismo Hipocrático)
Isto não é radicalismo, é ordem e amor, desprendido dos egos do homem.
Pode ser o mesmo radicalismo que seguiram os judeus ao decidir escolher
Barrabás em detrimento de Cristo. Cristo constituía uma ameaça contra as
consciências. Os caminhos verdadeiros não são fáceis, a luta interior dos egos
é a maior guerra que podemos empreender para nos livrarmos da escravidão humana
estereotipada. Lao Tsé ensinava: governa-te a ti próprio, depois a tua família,
comunidade, país e mundo.
Lao Tsé (TAO TE KING -
LIV)
O que está bem plantado não será arrancado.
O bem conservado não se perde.
Aquele que deixa o seu legado aos filhos e netos, não é esquecido.
Aquele que aperfeiçoa a sua pessoa, obtém uma vida autêntica.
Aquele que aperfeiçoa a sua família, tem uma vida plena,
Aquele que aperfeiçoa a sua comunidade, ganha vida.
Aquele que se dedica ao seu país, tem uma vida rica.
Quem esculpe o mundo, tem uma vida imensa.
Utopia
Uma vez perguntei a um sacerdote honrado, chamado Diamantino Garcias
(1943-1995) (documentos RTV futuro,
entrevista 8-8-1993), o que pensava das utopia, ao que ele respondeu
tranquilamente:
“Acredito
firmemente em utopias, são necessários alguns loucos nos nossos povos, que
digam coisas impossíveis para que os sensatos se riam deles, mas sempre que os
loucos nos mostram o dedo que aponta para a Lua, o imbecil fica a ver o dedo,
no entanto, o louco está a apontar a Lua, o propósito é a Lua e não o dedo”.
(Diamantino Garcias)
A verdade é que, sendo um homem ateu, ou não, que despreze a vida do
outro ou acredite que, pela sua posição social, o seu esforço vale mais do que
o dos outros mais desfavorecidos, não merece por ordem natural a vida, já que
esta, como mãe, ama todos os seres vivos, dando a cada um o seu espaço.
Aquele que atenta contra a vida, atenta contra as leis naturais e,
portanto, contra Deus.
“E o rei
vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que o fizestes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes’.”
(Mateus 25:40)
A igreja do Vaticano representa mais um rosto do sistema e uma falsa
moral, pois todas as suas ações têm tomado o mesmo rumo ao longo da história, ou
seja: perseguem o mundo! Mas e quem governa o mundo?
“Levando-o
a um lugar alto, o diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do universo
e disse-lhe: Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória, porque me foi
entregue, e dou-o a quem me aprouver. Se te prostrares diante de mim, tudo será
teu
(Lucas 4: 5-7)
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