O
Homem não pode servir a dois amos: a Deus e ao dinheiro. Sem dúvida, o dinheiro,
na sua justa medida, também é necessário para viver. A essência da vida consiste
em disfrutar dela, mas quem pode hoje dia disfrutar de um mundo multicolorido
tendo uma vida fabulosa e plena? A obra do mundo capitalista contém a doutrina
da avareza. É por isso que o reconhecimento de algo se baseia na ideia de que isso
nos pode trazer benefícios económicos. Quanto mais abundem estes propósitos,
tanto mais perderemos o pensamento de criar um mundo melhor onde haja justiça e
equidade entre os homens.
Que guerra! Quanta coisa horrível há
no caminho em direção ao Céu! Sem dúvida, este sobrepõe-se às desgraças, pois suportou
que os astros negros, ou seja, os governantes das trevas, destruíssem uma vez a
Terra, então chamada “Civilização Atlante”. Para além disso, também resistiu a
que fosse novamente reconstruida a Terra:
A queda
de Adão e Eva
A crucificação
de Cristo
A crucificação
de Pedro
A crucificação
de Paulo
A persecução
e morte os primeiros cristãos
A
queda da igreja às mãos de Satanás
O
dragão ter matado o filho da mulher já no decorrer do Apocalipse.
Que
a mulher e a sua descendência estiveram 1260 dias no deserto cheio de demónios.
E
que dia a dia os santos sejam vencidos.
Cada
pessoa tem uma moral subjacente que lhe gera uma convicção clara e definida; contudo,
com o passar do tempo, declara-a como artificial ou pouco exata.
SOBRE A ÉTICA
«1 4 A sabedoria não entrará numa alma maligna nem
habitará num homem sujeito ao pecado. 5 O Espírito Santo, que nos educa, foge
da duplicidade, afasta-se dos pensamentos insensatos, retira-se ao aproximar-se
a iniquidade».
(Sabedoria 1: 4 e
5)
A IMPIEDADE
«2 21 Os critérios errados dos impios, Estes são os seus
pensamentos mas enganam-se porque os cega a sua malicia. 22 Ignoram os
desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam
no premio reservado às almas simples. 23 Com efeito, Deus criou o homem para a
incorruptibilidade e fê-lo à imagem do seu próprio ser. 24 Por inveja do diabo é
que a morte entrou no mundo, e hão de prová-la os que pertencem ao diabo».
(Sabedoria 2:
21 – 24)
O impio nega a realidade vindoura com base naquilo que
nos indicam as Escrituras.
Nega que Jesus veio para nos redimirmos e também a sua morte,
a sua ressurreição e a sua obra.
Negam o testemunho dos apóstolos recolhido nos Evangelhos,
baseado no conhecimento, na justiça e no amor pelos outros.
Nega a promessa de Deus e de Jesus.
Há outros que não o negam, mas perdem-se nos momentos
difíceis.
«3 6 Ele os provou como ouro no crisol e aceitou-os como um
holocausto. No tempo da intervenção de Deus, os justos resplandecerão e
propagar-se-ão como centelhas através da palha».
(Sabedoria 3: 6 – 7)
O justo faz a sua obra sem procurar benefício algum, simplesmente,
deixa-se levar pela sua doutrina.
Se algo lhe corre mal, ou lhe acontece alguma desgraça ou
doença, diz:
Tenho tido fé e paciência, e procurado o que há de vir, mas
este tarda ou não chega. Neste trabalho diário, desventura e desgraça foi só o
que encontrei; e não a esperança que nos foi prometida.
Quem sabe se todavia não chegou o tempo prometido, pelo
menos quando morrer por Deus, que ele me tenha em conta.
E se Deus não existir, pelo menos lutei e sofri por uma boa
causa para o homem, na qual coloquei todas as minhas ilusões e todo o meu coração.
O IMPÍO E O ADÚLTERO
Estes agarram-se à esperança paradisíaca, sem parar nos
pormenores nem na estreiteza do caminho. Por isso, quando os maus momentos
chegam, a sua fé debilita-se e cambaleia porque não é uma fé que se baseia na doutrina,
mas sim naquilo que a doutrina promete; como tal sentem-se insatisfeitos.
Insatisfeitos os
que choram.
Insatisfeitos os
que ganham pouco.
Insatisfeitos os
que estão fartos.
Insatisfeitos os
que tremem de medo.
Insatisfeitos os
que protestam.
A
obra do homem pode estar cheia de pontos negros e de alguma ou outra má ação;
algo próprio dos estereótipos subjacentes que, por vezes, se é incapaz de
reprimir. Apesar disto, na pessoa que se quer abeirar do Céu, devem reinar dois
pensamentos primordiais: o primeiro é reconhecer e reprimir as suas más ações e
o segundo, ter fé e ser consciente de que só existem dois caminhos: o do Mundo e
o do Céu. Dentro deste último temos a Terra (alquinaturistas passivos) e temos
o Céu (propiamente dito) formado pelos que estudam Alquinatura.
Fora
deste contexto, ninguém pode permanecer indiferente. O equilíbrio da conceção é
particularmente importante; aqui impõe-se valorizar a obra do estudo da
Medicina Alquinaturista: o órgão celestial onde se toca a melodia da saúde com o
desvanecimento de qualquer tipo de recompensa externa. Neste caminho, segundo o
que me é dado, aparecem histórias de homens e de mulheres, consumadamente a padecer
de sofrimentos, ultrajes, blasfémias e despeito.
Não se pode chamar de cristão àquele que vive
tranquilamente neste mundo porque, sem dúvida, este é um mundo de maldade. Tampouco
podemos denominar de humana aquela pessoa que vive indiferente ante as misérias
do mundo. O Céu deu-nos o seu corpo, não paramos de padecer uma vez e outra numa
ladainha de argúcias negras e assim, soberanamente, dia-a-dia, ganhamos o Céu. Assim,
o dia de hoje é um ato solene com as Vestimentas Brancas do Céu e, assim, o
diploma que recebemos representa o corpo de todos os Santos do Céu.
A PURIFICAÇÃO DA NATUREZA
A Natureza tem como que uma tarefa a mais; a de criar novos
homens. Órfão é a denominação que recebe o Homem frente ao mundo. O retorno à Natureza
significa escapar da sociedade tal como esta se nos apresenta. Quem sabe viver
renunciando a esta, com o tempo perde a sua conjuntura de alienado, deste modo,
seremos bem-vindos para governar a Natureza e, por sua vez, servi-la.
Então duraremos eternamente.
O Reino da Natureza somente quer unir e alimentar os Homens.
Vindo o lenhador, às árvores fortes lhes aguarda a talha.
Com os bons costumes as pessoas deveriam viver pelo menos
100 anos sem terem estado doentes.
A PURIFICAÇÃO DO CÉU
A discrepância existente entre o Mundo e o Céu baseia-se no
facto de que nenhuma chave abre duas portas. No caminho do Céu, o que ao
princípio parece uma desgraça, revelar-se-á com o passar do tempo como algo ditoso.
Pelo contrário, nas veredas do mundo a aparente felicidade tornar-se-á
inoportuna, a razão converter-se-á em loucura e o sentido estará sumido numa
confusão constante.
Se
se reconhece o bom como tal,
não
se sofre grandes males.
Por
isso, o que ama a justiça
é
digno de que se lhe confie a humanidade.
Ao
olhar não o vemos, chama-se Apocalipse.
Ao
escutá-la não a ouvimos, chama-se Doutrina.
Os
bons mestres servem aos outros,
eludir
a sua doutrina é o começo da confusão.
A PURIFICAÇÃO DA MEDICINA
O
Imperador Amarelo foi venerado como o patrono do Taoísmo, não foi um eclético
puro, mas defendeu uma tese bastante homogénea que se apoiava no futuro desses tempos.
Ele defendia a ideia de que para governar um estado e estabelecer a ordem tinha
que recorrer às leis e a outras medidas apropriadas. As duas forças primordiais
das quais surge o seu reino são o fomento da cultura e da saúde.
Com respeito à cultura, devia-se
procurar integrar as pessoas de forma ingénua e pura, no conjunto harmónico da
Natureza, frente a um exagerado ênfase no desenvolvimento da razão e sobre o âmbito
da saúde, o Imperador Hoang Ti disse o seguinte:
«O povo amiúde está doente. Absorve sem rumo, chás e produtos
tóxicos. Desejo que seja tratado com as agulhas de Acupuntura. Poderia você ensinar-me
dita ciência de uma forma clara para que possa ser transmitida às gerações
futuras».
Fragmento extraído do livro “Nei King (Canon de Medicina) de
Hoang Ti”
A PURIFICAÇÃO
DO FLAMENCO
As
leis da Natureza não são simples criações mentais, a base de todas elas está na
interação entre os dois polos e à forma de interagir denominamo-la de TAO, pois
a sua essência desdobra-se na realidade sob a forma do mundo manifestado. A contemplação
pura que encontramos ao observar a Natureza é só uma perceção efémera comparada
com a grandeza da sua obra, tal como o Homem e as suas inclinações musicais. Procurando
as razões que nos levam a procurar os bons
flamencos, encontramos aqueles que são corretos.
Na
quarta ele canta e toca
honestos
de pouca monta,
de
quando em quando soavam
os
duendes com as suas lanternas.
No
palco, um cantor,
noite
de palmas e olés,
as
palmas por compaixão
os
Olés tímidos na voz.
Por
dentro um flamenco chora
na
primavera do tempo,
uns
com vozes sonantes,
ele
carrega demónios dentro
Flamencos
escolarizados,
os
ritmos agora são privados.
O
cante soa como metal,
o
metal de que se pagou.
Quando
soarão as vozes
sobre
o Guadalquivir,
vozes
de antigas lendas
sem
enganar a gabar-se!
Autor: A.M.F. EL LEÓN
Traducão: Luísa Coelho
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