quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A ENTREGA DE DIPLOMAS - Parte 2

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            Um polo depende de seu contrário, desta forma, continua esta dualidade e a ela pertencem os processos cósmicos. A base de todas estas mutações evidencia-se perante quem sabe formar uma ideia de conjunto e também detetar as suas inter-relações. Encontrarei o dia no qual o odioso valor dos conflitos será de meu agrado.


Oh! Grande soberano do Cosmos e árbitro do Universo, põe já limites de uma vez por todas às minhas penosas tribulações e fim às minhas desgraças! O pastor de Társis e o seu rebanho foram mortos e espalhados como saque de guerra pelas regiões do reino das trevas. O odio e as murmurações da gente dominam com arrogância e os soberbos vão seguindo muito de perto a obra do maligno para connosco.



Já é muito o tempo que levo sofrendo pela inatividade das minhas mãos, pois o medo e o pavor, o sofrimento e a dor e a doença arrepiante desolaram a casa da Alquinatura. A vida pode durar cem anos e, além disso, está dividida em partes iguais em noites e dias. Durante o dia sou um escravo, a minha sorte não tem nada de invejável; quando chega a noite, o que faço é acatar as sentenças dos “pareceres dos outros”.





A importância e que as dão ao “parecer dos outros” e atinge um grau tal que nos coloca algumas dificuldades. Tudo isto se deve à mais rigorosa oposição por parte do Dragão e as circunstâncias modelam estas formas. Para além de os demónios causarem danos, também se produzem sinais enganosos. Como nos podemos fiar então em ditos sinais, e acreditar naquilo que recebemos?


            Este pensamento previsor constitui, de certo modo, o fundamento teórico-prático da Alquinatura e nem sequer é aplicável verdadeiramente àquilo que se concebe como conhecimento empírico, pois a grande argúcia do Dragão envolve tudo num terreno especulativo. Não será demais recordar que nós, os alquinaturistas, temos por princípio o cumprimento da roda da fortuna; nela vislumbra-se o caminho para que possamos atuar retamente, sempre vinculado aos 24 Arquétipos da Ética.





ARQUÉTIPO GENÉRICO
ARQUÉTIPO ESPECÍFICO
RELAÇÃO COM ARQ. MENTAL E ARQ.  EMOTIVIDADE
ESTEREÓTIPO OU TRANSGRESSÃO
1
Respeitar a Natureza
1
Naturista
A.M: Consciente
E.M: Inconsciente
·       Por tomar fármacos, drogas, álcool em excesso.
·       Maus hábitos ou vícios.
·       Música agressiva.
·       Maltrato aos animais.
·       Agredir ou contaminar o ecossistema.
2
Hierárquico
A.E: Sensato
E.E: Insensato
·       Soberbo.
·       Intransigente.
·       Não respeita as hierarquias.
2
Não matar ou ferir
3
Pacífico
A.M: Carinhoso
E.M: Arisco
·       Executar uma ação sem necessidade de se defender.
4
Pacifista
A.E: Alegre
E.E: Tenso
·       Promover uma ação bélica ou conflito por interesse.
·       Colaborar com uma ação bélica ou conflito.
3
Não roubar
5
Honrado
A.M: Forte
E.M: Débil
·       Roubar por ambição ou avareza.
6
Humilde
A.E: Bom
E.E: Avaro
·       Aproveitar-se do próximo.
4
Fiel
7
Integro
A.M: Envolvido
E.M: Tímido
·       Adúltero com as relações.
8
Coerente
A.E: Idealista
E.E: Convencido
·       Adúltero com as ideias, doutrina e filosofia.
5
Honesto
9
Transparente
A.M: Sereno
E.M: Nervoso
·       Usar argúcias ou enganos.
10
Moralista
A.E: Negligente
E.E: Instável
·       Desenfreado, vicioso e opulento.
6
Virtuoso
11
Rigoroso
A.M: Aberto
E.M: Dogmático
·       Degenerado.
·       Prostituto.
12
Sincero
A.E: Coerente
E.E: Caótico
·       Falso.
·       Anárquico.
7
Protetor
13
Justo
A.M: Aproveitador
E.M: Desleixo
·       Injusto.
·       Não solidário.
14
Sensato
A.E: Trabalhador
E.E: Preguiçoso
·       Egoísta.
·       Antipático.
8
Amar ao Próximo
15
Bom
A.M: Realista
E.M: Confuso
·       Individualista com os filhos, o/a parceiro(a) e os outros.
16
Generoso
A.E: Respeitador
E.E: Protesta
·       Agarrado.
·       Forreta.
9
Amor à igualdade
17
Modesto
A.M: Capacitado
E.M: Incapacitado
·       Ambicioso.
·       Açambarcador.
18
Puro
A.E: Amigável
E.E: Solidário
·       Abusa do parceiro, dos filhos e dos outros.
10
Não levantar falso testemunho
19
Verdadeiro
A.M: Seguro
E.M: Inseguro
·       Mentir ou estabelecer uma mentira.
20
Franco
A.E: Firme
E.E: Medroso
·       Não calar ante a mentira.
11
Não alterar as relações
21
Ortodoxo
A.M: Satisfeito
E.M: Insatisfeito
·       Alteração das relações sexuais.
22
Aberto ou herege
A.E: Claro
E.E: Indeciso
·       Fechado às mudanças.
·       Ateu.
·       Nega a realidade.
12
Amar a justiça
23
Idealista
A.M: Engenhoso
E.M: Retraído
·       Abstrair-se da doutrina, filosofia ou ideologia.
24
Solidário
A.E: Amante
E.E: Egoísta
·       Abstrair-se da Justiça.





























































































AM: Arquétipo Mental
AE: Arquétipo da Emotividade

EM: Estereótipo Mental
EE: Estereótipo da Emotividade




            Através do cumprimento das leis da ética conseguiremos tudo aquilo que queremos alcançar; é por isso que a moral é a arma mais poderosa oferecida aos seres humanos. O Homem possui uma personalidade capaz de apreciar o valor material das coisas e, neste sentido, a única ideia que o move é o dinheiro.


No que se refere à literatura, a Bíblia parece ter deixado como legado a mensagem ou a palavra de Deus. Esta obra deve ser considerada bastante fiável, mas está claro que a Bíblia não deve ser analisada fora do seu contexto. Jesus Cristo não teve melhor sorte do que todos aqueles que pretenderam que os Homens se sentissem irmãos.


Um fatalismo pessimista banha a vida revolucionária de todos aqueles que lutaram por um mundo melhor no qual não exista a cobiça. Por cima de todas aquelas revoluções baseadas na tomada do poder por meio da força, que não deixaram de influenciar a aquisição de melhorias sociais, eleva-se a autêntica doutrina. Esta propõe uma solução visando a mudança do próprio Homem, mas se o homem não muda, a sociedade tampouco mudará. 




Assim, tudo se situa num antagonismo involucrado na polémica, porque nenhum partido ou ideologia consegue demostrar ter razão. O caminho através do qual se pode alcançar metas para poder transformar o homem é frequentemente um caminho de sofrimento ilimitado temporalmente, o preço a pagar por uma glória não reconhecida, mas de duração eterna.


 Desde a madrugada de quarta-feira 7 de março de 1274, na qual ocorreu a morte de santo Tomás, os monges do mosteiro de Fossa Nova velaram o defunto até ao funeral e à sua sepultura. Durante estes três dias, segundo se diz no processo e nas primeiras biografias, ocorreram três factos milagrosos.


 O primeiro ocorreu na Colónia. San Alberto Magno, depois de renunciar à sede episcopal em 1262, tinha retomado o ensino, primeiro em Würzburg e depois, em 1267, em Colonia. Em 1274 assistiu ao concilio de Lyon, mas regressou à sua universidade de Colónia, onde permaneceu até à sua morte, ocorrida a 15 de novembro de 1280. Alberto de Colónia foi declarado santo e doutor da Igreja pelo papa Pio XI a 15 e 16 de dezembro de 1931, respetivamente.


O mestre Alberto, a 7 de março de 1274, estando no convento dos dominicanos da cidade, conheceu de modo sobrenatural o momento da morte de santo Tomás. Sentado à mesa na presencia do prior e de alguns frades, de repente, começou a chorar. Ao lhe perguntarem o motivo do seu pranto, respondeu: «Frei Tomás de Aquino, meu filho em Cristo, que foi luz da Igreja, partiu deste mundo» (G 179). O prior comprovou depois que isto tinha sucedido no próprio dia da morte do Aquinate, pois tinha anotado a data daquele feito milagroso.


O segundo foi em Fossa Nova. O cisterciense Pedro de Montesangiovanni contou, na sua declaração no processo de canonização, que foi testemunha de uma cura milagrosa. «Estando frei Tomás morto e jacente ainda no quarto em que faleceu, antes do seu corpo ser lavado, frei João de Florentino, subprior do mosteiro, que tinha perdido a visão dos olhos, quando foi beijar com devoção os pés do defunto, tal como faziam todos os monges, porque era conhecida a sua santa vida, alguém o aconselhou: «Aproxima-te e põe teus olhos sobre os deste santo homem». Então, frei João, com devoção, aproximou-se e juntou os seus olhos aos de Tomás. No mesmo instante e de repente recuperou a visão» (Pr 276).


O testemunho deste facto milagroso contou que: «Também estavam presentes, quando isto sucedeu; Francisco, o bispo de Terracina, frei Reginaldo de Piperno e quatro ou cinco frades franciscanos, alguns frades dominicanos e os monges e os leigos do mosteiro, cerca de uma centena» (Pr 276-277). Acrescenta que todos puderam ver o frei João, que depois com a vista recuperada, foi eleito bispo de Umbria, por um período de trinta anos (G 179). Foi muito grande o impacto causado por este milagre, a todos estes e também aos que assistiram ao funeral e assim o puderam comprovar. Foi como uma confirmação que veio do alto, à fama de santidade que tinha o santo Tomás.


A missa solene do funeral celebrou-se na sexta-feira a, 9 de março, pois era costume dos cistercienses celebrar os funerais ao terceiro dia despois do atestado de óbito. Assistiu o bispo Francisco de Terracina, os franciscanos que o acompanhavam, muitos nobres parentes dos Aquino – porque naquela região viviam muitos familiares –, numerosos amigos da família e muitos fieis, que vieram devido à notoriedade e reputação de santidade do defunto.


Só assistiram alguns, mas poucos, dominicanos, que chegaram dos conventos das cidades próximas de Gaeta e Anagni. Sempre nos surpreendeu que não assistissem os superiores dominicanos, nem de Nápoles nem de Roma, pois ambas distam somente uns cem quilómetros de Montecassino. Todavia, ainda parece mais estranho que nem sequer tenham enviado alguém que os representasse, o que nos religiosos se chama um vigário. É como se não lhes fosse conveniente por motivos políticos.


Também chegaram muitas mulheres para assistir ao funeral. Entre elas, estava a sua sobrinha Francisca. Como em todo o mosteiro vivia-se numa clausura rigorosa, não puderam entrar na formosa igreja gótica. Do castelo de Maenza, onde ela residia, do qual tinha partido santo Tomás, ao se agravar o seu mal, até ao mosteiro, estavam uns dez quilómetros. A condessa, ao saber que piorava, chegou no dia anterior ao seu falecimento e passou a noite em que morreu santo Tomás às portas do mosteiro. Os monges, não obstante, tiveram a amabilidade de levar o caixão à portaria para que pudesse vê-lo e assim despedir-se do seu tio. Francisca, que estava acompanhada de outras mulheres, chorou amargamente. A cena, tal como conta Gui, emocionou a todos (CF. G 176).


Ocorreu então o terceiro milagre. Os lamentos e gemidos das mulheres chegaram ao estábulo, onde estava a mula com a qual santo Tomás tinha cavalgado a caminho de Fossanova. «O animal rebentou a corda com a qual estava atado no estábulo, saltou para fora do mesmo e sem que ninguém o guiasse chegou até ao caixão e sem que estivesse doente morreu: foi como se Deus também mostrasse nos animais que a grande luz da igreja tinha morrido» (T 112).


O papa Paulo VI, na extensa carta Lumen Ecclesiae, de 20 de novembro de 1974, escrita pela ocasião do VII centenário da morte de santo Tomás, pegou nesta última expressão de Tocco colocando-a no inicio da mesma e portanto, ficou como título do documento pontifício. Começa com estas palavras. «Luz da Igreja e do mundo inteiro, assim é aclamado com razão santo Tomás de Aquino». Na realidade, o primeiro que disse que santo Tomás era «luz da Igreja» foi são Alberto Magno, ao conhecer milagrosamente o momento de sua morte […].

(Texto extraído da obra Santo Tomás de Aquino de Eudaldo Forment, págs. 248 – 250)



A transformação do homem produzir-se-á mediante uma lei que virá a ser imposta de fora, uma força cósmica e viva por conta de alguém que a fará brotar conforme a lei inerente que rege os padrões universais. Trata-se aqui de um fenómeno que servirá ao Homem no seu caminho evolutivo.






Autor: A.M.F. EL LEÓN
Traducão: Luísa Coelho


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