segunda-feira, 1 de julho de 2013

A ALIMENTAÇÃO HUMANA DESDE AS SUAS ORIGENS

“(…) Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento.”                                                                                                                                                                         Génesis 1: 29-30 
                                        
Porque quem, da morte se alimenta, a morte atrairá para si, e aquele que vá contra as leis naturais, mais tarde ou mais cedo, terá o seu castigo de forma equitativa à ação cometida.
A opção vegetariana é o regime alimentício mais natural para a espécie humana, sendo o que está mais em consonância com o seu organismo, com as suas aptidões e capacidades. Mas o homem, na sua degeneração, escolheu alimentar-se à custa da vida de outros seres, denominando-os como “seres inferiores”.
Poucas são as pessoas capazes, elas mesmas, de assassinar um animal, desmembrá-lo e comê-lo. Essas responsabilidades deixam-na para outros. A carne de que gostam é a que já vem em filetes e embalada, sem ter em conta o grito desgarrado da barbárie levada a cabo nos matadouros.
Fisiologicamente, o ser humano não tem nada a ver com os animais carnívoros. As suas mãos não possuem garras nem unhas afiadas, os seus dentes não são comparáveis com os caninos fortes e largos de que um animal necessita para caçar, a sua mandíbula possui movimentos laterais, as suas glândulas salivares têm uma menor excitabilidade, visto que a mastigação se faz de maneira reiterada.

No Homem, os sucos gástricos estão aptos, especialmente, para transformar e digerir hidratos de carbono, contido sobretudo nos cereais e nas frutas, e o seu tubo digestivo é muito mais comprido.

O homem primitivo, no seu início, alimentava-se de frutas e raízes, únicos alimentos com que a Natureza o brindava e de que este podia desfrutar sem esforços, sem armas e sem luta. Quando o ser humano começou a conhecer e a usar armas rudimentares para se defender e caçar, já tinha passado muitos séculos de evolução, alimentando-se de modo vegetariano.
A história diz que a grande maioria da população do mundo, desde a antiguidade  Egípcia, Greco-Romana, passando pela Idade Media, pelo Renascimento e nos séculos mais recentes, se alimentou, principalmente, com uma dieta predominantemente vegetariana.
Personagens de destaque, ao longo de toda a história deram a sua opinião sobre a forma do homem se alimentar. Tomemos alguns exemplos:
·         Ovídeo: “O primeiro milénio foi a idade de ouro, na qual, nem as trompetas de lábios de bronze soavam, nem espadas se intercetavam. A primavera era eterna e as brisas suaves acariciavam as flores com um ar claro e cálido. Os campos eram sempre férteis… o néctar jorrava.
O sangue não manchava os lábios dos homens… Até que um cérebro vão invejou a dieta dos leões, e engoliu um banquete de carne para encher a sua insaciável barriga”.

·         Leonardo Da Vinci: “Virá um tempo em que a nossa espécie, pressionada pela envolvência dos acontecimentos, julgará a matança de qualquer animal na medida da supressão de um homem.”

·         Gandhi: “Tudo o que vive é teu próximo.”
           
·         León Tolstoi: “O consumo de alimentos de origem animal é simplesmente imoral, porque exige um ato que viola os nossos sentimentos morais.”

·         Albert Schweitzer (Filantropo): “Verdadeiramente moral só é aquele que socorre toda a vida à qual possa ajudar e que se abstém de prejudicar qualquer criatura que tenha vida. A vida, em si mesma, é sagrada. Eu dou-me conta de que o costume de comer carne não está de acordo com os sentimentos mais elevados”.


E agora coloquemos alguns exemplos de personagens históricas que optaram por esta forma de alimentação:
·         Albert Einstein: Físico teórico alemão. Premio Nobel 1921 de Física.
·         Isaac Newton: Físico britânico, matemático, astrónomo, alquimista, inventor e filósofo natural. Pai da física.
·         Benjamin Franklin: Autor, jornalista, cientista, inventor e homem de estado.
·         Leonardo Da Vinci: Renascentista italiano multifacetado, arquiteto, anatomista, inventor, escultor, engenheiro, geómetra, músico e pintor.
·         Diógenes: Filósofo grego e cosmólogo.
·         Platão: Filósofo grego.
·         Pitágoras: Matemático grego.
·         Sócrates: Filósofo grego.
·         Ovídeo: Poeta e escritor romano.
·         León Tolstoy: Novelista russo, pacifista e pensador moral.
·         Voltaire: Escritor da ilustração e filósofo francês.
·         Confúcio: Filósofo chinês.
·          Lao Tse: Filósofo chinês.
·         Zoroastro De Pérsia ou Zaratustra: Místico primitivo, na sua juventude, sentia-se consternado perante os sacrifícios levados a cabo pelos sacerdotes e achava incongruente que a morte de animais pudesse ser considerada de alguma forma um ato de culto digno dos deuses.

Numerosos escritos dão testemunho de que o Cristianismo, nas suas origens, tinha optado pela alimentação vegetariana, ainda que à custa de se ser castigado por isso.

Em numerosas passagens, a Bíblia fala sobre a responsabilidade individual de manter o corpo num estado saudável como: “(...) Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós.”
                                                                                                                               Coríntios 3: 16-17



Isto significa que se deve tratar o corpo para que não lhe causemos nenhum dano, e ingerir só aquilo que possa mantê-lo saudável.
“A Eleázar, varão de idade avançada e de bela aparência, um dos primeiros doutores da Lei, abrindo-lhe a boca á força, tentavam-no obrigar a comer carne de porco.”…
                                                                                                                           Macabeus 6: 18-31

Daniel, o chamado profeta do Apocalipse, quando foi levado para servir no palácio do rei Nabucodonosor e para ser instruído nas letras e na língua dos Caldeus, pediu ao chefe dos Eunucos que não o contaminasse com a porção da comida do rei, nem com o vinho que este bebia; rogou que experimentassem a dar-lhe de comer legumes e água para beber e que depois de um tempo comparassem o seu rosto com o de outros moços. Ao fim desse tempo, comprovou-se que tinha melhor aspeto que os que tinham estado a comer dos manjares do rei.

Na Idade Media, quando o Cristianismo, junto com a igreja em geral, se tinha convertido numa mera instituição estatal, este arremeteu-se cruelmente contra os cristãos que tinham conservado a origem vegetariana de suas crenças. O castigo por ser vegetariano e pacifista na época de Constantino I, era morrer afogado com a garganta cheia de chumbo fundido.                 

No ano 561, no primeiro Sínodo de Braga, Portugal, decidiu-se que o sacerdote que não comesse carne fosse imediatamente destituído do seu cargo.
O Papa João III pronunciou o seguinte anátema contra os vegetarianos: “Quando alguém considera impuros os alimentos que Deus deu ao homem para seu deleite e renuncie a eles, que seja condenado”.
Na atualidade, o papa Benedito XVI, considera indício de heresia o vegetarianismo e a proteção animal, enquanto faz “vista grossa” a atos cometidos pelos seus servos que atentam contra a dignidade humana.
Por vezes, os seres humanos enganam-se a si próprios com certos argumentos contra as evidências e a própria lógica. Isto é a prova de como ao homem lhe falta a objetividade quando se lhe torna cómodo aceitar teses que enchem a sua vaidade ou tranquilizem os seus temores.
Evidências como que os Hunzas, uma tribo do norte da Índia e Paquistão e a tribo Otomi, que são nativos do México e cujas dietas são baseadas em grãos inteiros e vegetais, têm uma esperança média de vida de 110 anos ou mais. Nas palavras textuais de um médico que trabalhou com as ditas tribos lemos: “Nunca vi um caso de apendicite, colite ou cancro”.
Outros povos das montanhas do Equador, vegetarianos puros, alcançam na sua maioria a idade de 100 anos.
Os custos que para a saúde pública implica a alimentação carnívora são enormes. As chamadas “doenças da civilização” (obesidade, prisão de ventre, diabetes, cancro de cólon…) situam-se na crista da onda. Os médicos recomendam tratamentos em vez de mudar de hábitos alimentícios. A medicina trata os sintomas das doenças, mas não as suas causas, nem as previne, sem contar que os ditos sintomas são tratados de maneira agressiva para o organismo.
Neste século, o mundo está a ser um mero espetador de uma grande crise, a todos os níveis, incluindo a do meio ambiente. Espetador, porque ainda que vendo como a Terra está a morrer, pouco a pouco, a maioria das pessoas é incapaz de fazer seja o que for, “o que vier atrás que feche a porta”, “o que é que eu posso fazer?”, “Isso?! Quem manda terá que resolver…”.
Enquanto pensamos assim, o estrume derivado do gado acaba nos rios e mares, assim como os pesticidas e fertilizantes que se utilizam para o cultivo da ração dos animais. A grande maioria das florestas estão a ser ou foram destruídas com o fim de usar o terreno para o gado. Milhões de toneladas de cereais são utilizados para alimento dos animais, que muito poucos comerão, enquanto milhares de pessoas morrem de fome diariamente.
Um homem íntegro deve ser consciente de que, para se nutrir, não é preciso sacrificar outros seres vivos nem submeter os seus semelhantes a passar fome e, menos ainda, quando a Natureza o brinda com os alimentos necessários sem necessidade de assassinatos nem de violências.

"Verdadeiramente o homem é o rei das bestas, pois a sua brutalidade sobrepõe-se a estas. Vivemos da morte de outros! Somos todos cemitérios"
   ( Leonardo Da Vinci )
Autor: LA FUENTE DEL YINN

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