sábado, 26 de janeiro de 2013

Saudações do Trono de Sião para os amigos da CURA DO PLANETA MÃE TERRA GAIA




(Link para o texto de referência)

 


A consideração que tenho pelos que amam a Natureza e o vegetarianismo é uma das fontes das minhas inquietudes.       

Desde a Alexandria que se sentia o peso da autoridade da Igreja e esta estabelecia as regras da prática de um trabalho extenuante com uma disciplina estrita, quase militar. A mensagem de amor ao próximo proposto por Jesus trocar-se-ia por uma responsabilidade cívica acrescida e pelo dever ao Estado, algo de que beneficiava o Império Romano.

Os membros desta comunidade cristã da Alexandria eram ascetas e defendiam que as necessidades e sensações do corpo interrompiam a comunhão com Deus. Por consequência, o prazer, o ócio, o alimento e o sexo não eram compatíveis com o verdadeiro cristão.

Este conceito religioso foi proliferando até chegar aos nossos dias, sem que o Céu interviesse a favor dos homens pobres e torturados. Deste modo, a religião cristã começa a excluir radicalmente qualquer antropomorfismo da natureza do Homem.
 
 
“O SENTIDO flui sempre,
suaviza as arestas.
Não sabe de quem é filho.
Aparece diante de Deus.”
(Tao Te King, Lao Tse)
 
 
Todos os seres vivos têm um corpo e fora deste a vida não existe; a vida só existe tal como a contemplamos. Corpo, mente e alma são entidades inseparáveis, de tal modo que quando o corpo retorna ao pó, a mente ou as recordações dissipam-se na perpetuidade eterna. Da alma fica apenas o eco que o Céu recolheu (se Deus chegou algum dia a fixar-se na dita alma), caso contrário, passar-se-á aquilo de que nos fala Salomão, em Eclesiastes 9: 4-6: “Ainda há esperança para quem está entre os vivos; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto. Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram; e já não têm parte alguma em tudo o que se faz debaixo do sol.”
Contudo, o ser absoluto na sua forma ternária, ou seja, em corpo, mente e alma, possui a potencialidade existencial do mundo espiritual. Não obstante, os processos de desenvolvimento espiritual devem ocorrer no seio da referida existência ternária. Por isso, é na metafísica do desenvolvimento da espiritualidade que o Homem pode aspirar a Deus. Ezequiel 18: 4: “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.”.
Fora do campo especulativo descobre-se duas formas no Homem, em relação ao conhecimento do bem e do mal, que marcam a sua capacidade de discernimento, que se adequa e relaciona com as suas ações na vida. Assim, o sábio anuncia a sua expressão teórica da aplicação prática que experimenta com as suas atitudes.
 
A benevolência ou moralidade, noção suprema do cristianismo e do Rei dos Céus consiste em não prejudicar nada nem ninguém. Assim, as obras realizam-se e as coisas seguem o seu curso, curso que o profeta Daniel expôs no capítulo 1: 1-21, onde nos diz para não nos contaminarmos com a comida dada pelo rei Nabucodonosor da Babilónia (a mesma comida que comia o próprio rei). Este pediu ao chefe dos eunucos que lhe dessem (a ele e a mais três amigos do reino de Judá) para comer legumes e água para beber e que no fim de dez dias comparassem a sua aparência com a daqueles que comiam os alimentos da mesa real. Ao fim desses dez dias, apareceram Daniel e os seus três amigos melhores e mais robustos que todos os outros; a estes quatro jovens Deus deu-lhes conhecimento e inteligência, em toda a literatura e ciência, a Daniel deu-lhe o entendimento de todas as visões e sonhos.
O sentido da aplicação da moral cristã consiste no respeito pela natureza e pelas leis naturais. Esta é a disposição anímica apta para entender o vegetarianismo, esta é a opção do “não matarás”, é a virtude cristã de que “o maior deve servir o menor” (não comer os animais pelo facto de serem seres inferiores).
 
 
 
 
A interpretação da lei de Deus deve considerar-se no espaço e no tempo, partamos do exemplo de como Jesus ensina sobre o divórcio em Mateus 19: 6-8: “Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem. Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio”.
Inicialmente o que nos diz a génesis sobre a alimentação é isto. (Génesis 9: 3-4)
 
 

 
Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho dado. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”.
Também em el Eclesiastes 3: 13 Salomão disse-nos: “e também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus
O amor atua, mas sem intensão, o interesse pessoal pode gerar situações de comportamento moral cuja regra de conduta pode chegar a impor uma escravidão intolerável. Neste sentido, o homem transgressor não atua por consciência mas pela lei, algumas vezes pela lei de Deis (“pela dureza de seus corações”) ao ser incapaz de conceber o sentido e a natureza das coisas criadas (consciência), outras vezes a transgressão deve-se ao seu próprio interesse, interpretando a lei em seu próprio benefício, por exemplo em Provérbios 16: 1-2 diz-nos: “Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor.
Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos”.
 
 
 

 Mais vale o halo da consciência, do que a lei como carapuço; assim os israelitas no deserto recebiam o manjar de Deus, que lhes caía do Céu (uma espécie de pão com mel). Sem dúvida, eles pediam para comer carne, Deus acedeu aos seus pedidos mandando-lhes codornizes. Como resultado, abateu-se sobre eles uma grande mortandade. Pão com mel (o manjar) dá vida, a carne gera morte; estas são as predisposições do homem para escolher o seu próprio caminho, no entanto, tanto Deus como a Natureza pesam as suas ações.                    
Uma cordial saudação a todos e ânimo para converter a terra num paraíso.
 
 
 

 
 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

PARADIGMA DO SENTIDO (III - FONTE DA VIDA NAS FLORES DO CORAÇÃO)


 
O Paradigma do SENTIDO e os seus Seis Princípios
                                                                           

Todo o regime recebe o seu verdadeiro valor pelo facto de poder brilhar com a luz da justiça e da equidade. A grande verdade não conhece o vazio, a vida autêntica não é aparente e os três mil milhões de pobres são os grandes logros dos impérios democráticos. Aqui me vejo sentado narrando-te a observação das minhas conclusões e vejo como tudo caminha na direção do abismo – concluiu Tzu Hang.

Depois de tê-lo escutado atentamente, Alberto contestou:
- As democracias assemelham-se ao que os indivíduos reclamam, geram muita pobreza, mas também emergem ricos e milhões de pessoas que vivem relativamente bem, contêm muitas sombras, mas por vezes, também luzes.



O facto de que muitos venerem a democracia como a um deus é totalmente compreensível, é natural que cada povo ou cada cidadão recolha o que semeia. Também a Natureza dota alguns indivíduos com uma maior capacidade do que outros, é por isso, que a mesma Natureza impõe as suas regras.

Nietzsche também acrescentou essa ideia, introduzindo o conceito de compulsão em relação à vontade e ao ego:

“O que a linguagem designa com o nome de vontade não é, na realidade sinal de sentimento, complexo tardio mas o que acompanha a vitória de uma compulsão sobre outras, ou a tradução em termos conscientes do estado de equilíbrio temporal que se produziu no jogo das compulsões”.

(Fragmento extraído do livro Historia de la Filosofia, do autor José Maria Garcia de Guzmán sobre Nietzsche)

De imediato, Tzu Hang contestou:
- Toda a metafísica do poder deste mundo está edificada sobre o ego patológico; existe um ego vital e natural no homem que impulsiona a capacidade de superação e que nos faz transcender: dinheiro para viver, sexo para desfrutar e procriar, título e reconhecimento para ser valorizado, poder para ter autoridade moral benéfica, controlo para ordenar o meio e o dogma como elemento de preservação das doutrinas verdadeiras ou ideias.
Na ordem social, aquele que ostente o poder deve ser sábio e santo, sábio no estabelecimento do paradigma do SENTIDO e santo porque predica com o exemplo. O verdadeiro reino é o que pregou Jesus: “Padre-nosso que estás no Céu, venha a nós o vosso reino”.

A santidade de Cristo mostra-se quando lava os pés a um discípulo e este lhe diz: “Que fazes Mestre?” e Jesus respondeu-lhe: “No reino de Deus o maior serve ao menor”.

A apreensão do conhecimento está sempre guiada por interesse, mas existe uma grande diferença entre o interesse individual e o interesse coletivo:

a) Interesse cognitivo emancipador coletivo: busca a auto compreensão positiva do conhecimento como elemento transcendental da própria metafísica do homem em consonância com as leis do Tao e em benefício da comunidade. Esta situação corresponde ao ego vital.

b) Interesse cognitivo emancipador individual: procura o conhecimento contrapondo a ciência com a consciência. Acredita que a natureza está cheia de erros adota o modelo de supremacia do homem sobre o homem e do homem sobre a Natureza. Esta situação corresponde ao ego patológico.

Falaste do SENTIDO, mas o que é o SENTIDO? – perguntou Alberto - Como se adquire?

Tzu Hang ficou por um instante pensativo, olhou-o nos olhos e disse:
- O SENTIDO é puramente cosmológico, o seu ponto de partida encontra-se no desenvolvimento intelectual da intuição, na razão, no analógico e no coletivo, deste contexto resulta o fundamento do conhecimento holístico.

Como te disse, o princípio é adquirido através das seis atitudes, dos sessenta planeamentos que contêm o Tao Consciência Superior (grupo de neurónios do Tálamo que controlam todas as funções do organismo, tanto orgânicas como intelectuais, para além das da consciência). Vou-te mostrar quais são as seis atitudes:


§  Educação escolar e académica

§  Educação profissional

§  Educação da universidade da vida


Quando se pratica a música, a alma voa; com a educação traça-se caminhos para andar; o desporto fortalece-te e lavra tudo o que semeaste; a alimentação vegetariana torna-te sensível à Natureza e faz com que a ames; a medicina Alquinaturista desvenda o novelo da Caixa de Pandora; isto contraria o vício (pessoas que tomam fármacos) e situa-te na realidade da vida; por último, as relações tornam-te livre.

Depois de ter observado atentamente o planeamento das seis atitudes, Alberto perguntou:
- Tu falaste duma Besta que tinha dois cornos e que esta era a responsável pela situação atual do mundo. Poder-me-ias explicar melhor o significado disso?

- Claro que posso. – respondeu Tzu Hang – Mas tudo o que eu possa contar sobre ela já está referido no Livro do Apocalipse (Bíblia), escrito por João Baptista, lê-o e verás:

“Vi ainda outra Besta que subia da terra; tinha dois chifres como um cordeiro, mas falava como um dragão. Tinha todo o poder da primeira Besta e exercia-o na sua presença. Obrigava todo o mundo e os seus habitantes a adorarem a primeira Besta – a que tinha sido curada da ferida mortal. E realizava maravilhosos prodígios; até mesmo o de fazer descer fogo do céu, à vista dos homens. Com o poder que tinha de realizar prodígios na presença da Besta, enganava os habitantes da terra, incitando-os a fabricar uma estátua da Besta que fora ferida pela espada, mas tinha sobrevivido. Até lhe foi dado poder de dar vida à estatua da Besta, a ponto de ela falar e dar a morte a quantos não adorassem a estátua da Besta.
E a todos pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, marcou--os com um sinal na mão direita ou na fronte. E assim, quem não tivesse o sinal, o nome da Besta ou o número do seu nome não podia comprar nem vender.Aqui é preciso sabedoria: o que é inteligente decifre o número da Besta, que é um número de homem; o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”
Apocalipse 13:11-18


- Olha – voltou a dizer Tzu Hang – enquanto eu atendo este outro paciente, vai lendo o texto, e vê que conclusões, tiras.

Ao fim de uma hora, e depois de ter terminado a consulta, Tzu Hang perguntou a Alberto:
- Que tal? Compreendeste o texto?

- Não compreendi nada – respondeu Alberto – A entrada profunda no campo espiritual toma uma dimensão que me ultrapassa.

- Claro – confirmou Tzu Hang –, o conhecimento da palavra de Deus não se fez para os “sábios” deste mundo, os “sábios” que este mundo formou, “sábios” do mundo são. Aos “néscios” do mundo, escolheu Deus dar-lhes sabedoria.

“Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte.”
1 Coríntios 1:27




quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

JOÃO PAULO II


João Paulo II (Karol Wojtyla)



Karol Józef Wojtyla (Wadowicw, Polónia, 18 de maio de 1920 – Cidade do Vaticano, 2 de abril de 2005), mais conhecido como João Paulo II, foi o 264.º Papa da Igreja Católica e Chefe de Estado da Cidade do Vaticano desde 16 de outubro de 1978 até à sua morte em 2005. Foi beatificado a 01-05-2011.
Em 1948 conheceu o cardeal Stefan Wyszynski, um símbolo da Igreja Polaca contra o comunismo, que recomendou ao Vaticano a nomeação de Karol Józef Wojtyla como Papa.

Tendo sido bispo auxiliar (desde 1958) e arcebispo de Cracóvia (desde 1962), converteu-se no primeiro Papa polaco da história e no primeiro italiano desde 1523.

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX, tendo visitado 129 países. Recordando-o especialmente por ser um dos principais símbolos do anticomunismo pela sua luta contra a expansão do marxismo em lugares como a Europa e a América Latina, onde combateu energicamente o movimento conhecido como a teologia da liberalização, com a ajuda do seu braço direito, posteriormente seu sucessor, Joseph Ratzinger.

Desempenhou também um papel decisivo para pôr fim ao comunismo na sua terra natal e, finalmente, em toda a Europa com o movimento “Solidariedade”. Os soviéticos proibiram o movimento anticomunismo estabelecendo a lei marcial em 1981; em 1989 caiu o muro de Berlim, impondo o capitalismo pela Europa.



“Portanto, não vos deixeis corromper, fabricando para vós imagem esculpida de qualquer ídolo, masculino ou feminino, representação…”
                                                                                                                (Deuteronómio, 4-16)

                             
A sua obra

João Paulo II propôs-se como guia do mundo contemporâneo com os seguintes objetivos:

·         Nova evangelização: mensagem de amor ao mundo dos marginalizados e desfavorecidos, com a preocupação da descristianização da Europa.

·         Ecumenismo: aproximação entre a igreja e as outras doutrinas religiosas.

·         Compromisso ético e social: opôs-se à injustiça social, criticando o comunismo e o capitalismo mais liberal; também se opôs ao aborto.

·         Luta pela paz: campanha contra as guerras e o armamento.

·         Rigor doutrinal: João Paulo II opôs-se à corrente cristã Teologia da Libertação sobre os anos 70, um movimento cristão político com origens marxistas. Alegando que o marxismo e a política não são compatíveis com o evangelho, uma das suas frases foi: “Os fundamentos da religião e da política são distintos, cada um tem os seus próprios objetivos e cada um tem o poder consciencializar as pessoas; a política e a religião devem prosseguir separadas”. Também se opôs a dar a comunhão aos divorciados que voltavam a casar, ao matrimónio dos sacerdotes e à ordenação das mulheres.


Relações internacionais

No início do pontificado de João Paulo II, a Santa Sede mantinha relações diplomáticas com 84 estados. Ao falecer este Papa, tinha-as com 173. Participou, igualmente, como membro de pleno direito ou como observador em vários organismos internacionais e regionais.

As 104 visitas internacionais de João Paulo II foram realizadas maioritariamente na sua dupla aceção, como chefe de estado e como cabecilha da Igreja Católica.

                                                                               

Mapa indicador dos países visitados por João Paulo II

Realizou múltiplas viagens de relevância política, como os encontros com Mijaíl Gorbachov, em dezembro de 1989, o que facilitou a transição da Europa comunista à Europa capitalista e o estabelecimento da Igreja Católica na Europa. Com uma reconciliação com o comunismo, depois da visita a Cuba, com Fidel Castro, em 1998.

Visitou a ilha Senegalesa da Coreia em 1992, pedindo perdão pela indiferença da Igreja Católica face à escravidão; 20 milhões de escravos foram deportados para o mundo novo (1536-1848).

João Paulo II pediu perdão pela injustiça da Inquisição por obrigar a Galileu Galilei (1564-1642) a retrair-se pelas suas doutrinas heliocêntricas.


Fonte: Documento “No temáis”, Ministério de Cultura de España (Wikipedia)

                                                                            

Praça de São Pedro (30-01-05)

Conclusão

João Paulo II teve uma atitude contraditória, ao opor-se ao movimento Teologia da Libertação ao Marxismo (“Os fundamentos da religião e da política são distintos, cada um tem os seus próprios objetivos e cada um tem o poder consciencializar as pessoas; a política e a religião devem prosseguir separadas”.)

Qual é o sentido de reprovar o movimento teológico da libertação como movimento político, e não o contemplar como tal, no seu movimento anticomunista “Solidariedade”? Se estava em desacordo com o regime que governava é porque aceitava o que estava por detrás dele. O seu bem-sucedido movimento político Solidariedade teve consequências para a população, tal como indica o seguinte artigo:

                                                 

Marxismo e Cristianismo

É falso que o marxismo não seja compatível com o cristianismo. Os primeiros cristãos viviam em comunidades nas quais repartiam os seus bens.

“Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.”  
                                                                                                                           (Atos 2: 44-45)


Os marxistas defendem que deve desaparecer a propriedade privada e os meios de criar esta riqueza, e que esta propriedade deve estar nas mãos do Estado (soberania sobre o Estado - ver notícia Bielorrusia: 1 por ciento de desempleo gracias al control estatal de la economia”, in http://www.librered.net/?p=19231)

                                                                    

É verdade que uma política comunista pode apresentar falhas, mas isso será pela conduta dos defensores, não pelo modelo. O modelo em si é o modelo natural; o maior serve o menor, como demonstrou Cristo.

Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha que atara á cintura.
                                                                                                                              (João 13-5)   


Existem duas formas de repartir a riqueza: uma repartindo equitativamente e a outra obedecendo à própria avareza humana com o lema “os fins justificam os meios” (guerras, pressões económicas), tendo como resultado grandes desigualdades e miséria.

Carlos Marx argumentou que uma sociedade que organiza a sua produção só para a obtenção de lucro cria desordem e caos, promovendo injustiças sociais no mundo (El Capital, por Carlos Marx).

Não podemos esquecer que o dinheiro é poder. Quem mais tem, mais poder possui. Portanto, estamos à mercê das grandes fortunas que condicionam a democracia e as suas leis para o seu próprio benefício. As urnas e os seus políticos não são mais do que uma ilusão para o povo, adormecido pela globalização.

Quanto mais conhecimento se trouxer para os demais, maior será o seu entendimento ao serviço da comunidade. Assim se cria a unidade, prevenindo e punindo o abuso, em qualquer direção.



Falsa moral

Por outro lado, João Paulo II criticou as desigualdades e a pobreza, mas não as suas causas e os seus executores; pelo contrário, manteve relações com o mundo inteiro, o que o dotou de um caráter indulgente e interessado, já que uma fonte importante do seu próprio financiamento provinha dos Estados (veja-se o caso Calvi 2007, elpais.com / elpais.com / diário / 2007/06/10/.../1181426402_850215.html).

                                                                         

Reprovar o capitalismo mais liberal é o mesmo que criticar o capitalismo mais moderado já que este, por definição, significa um mercado livre e o usufruto da propriedade privada sobre o capital. Logo, o capitalismo mais liberal é o produto de um capitalismo mais primário. A avareza tem início no fim.

Para ter uma visão ampla da realidade e assim evitar o fracasso, o homem deve render-se às leis naturais. Como disse Lao Tsé, o homem deve-se à totalidade.


Lao Tsé (TAO TE KING) XXXVIII

Quando se perde o sentido, então a vida.
Perdida a vida, então o amor.
Perdido o amor, então a justiça.
Perdida a justiça, então a moral.
A moral é a carência da fé e da lealdade,
e o início da confusão.
A premeditação não é mais do que a ilusão do sentido,
e o princípio da necessidade.
O homem justo está em conformidade com a totalidade
E não conserva a parte.


Ou, como disse Cristo: […] para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do SENHOR é que o homem viverá”.
                                                                                                                   (Deuteronómio 8:3)

Como se argumenta na Alquinatura, existem seis atitudes que contemplam a expressão dos seis elementos para assim se adquirir um estado de consciência: música, educação, desporto, alimentação, medicina e relações. Se praticas um desporto, pratica um que te beneficia; uma música que não agrida a tua própria natureza (música estridente); uma alimentação que não te contamine, não só do ponto de vista químico, mas também moral; uma medicina alquímica que potencie o teu espírito, sane a tua alma e cure o teu corpo por via natural, porque a vida e a saúde obedecem a leis naturais de causa-efeito e como tal são o resultado da sintonia entre o homem e a natureza.

“Para estar saudável faz o contrário do que fizeste para ficar doente”.
                                                                                                              (aforismo Hipocrático)

Isto não é radicalismo, é ordem e amor, desprendido dos egos do homem. Pode ser o mesmo radicalismo que seguiram os judeus ao decidir escolher Barrabás em detrimento de Cristo. Cristo constituía uma ameaça contra as consciências. Os caminhos verdadeiros não são fáceis, a luta interior dos egos é a maior guerra que podemos empreender para nos livrarmos da escravidão humana estereotipada. Lao Tsé ensinava: governa-te a ti próprio, depois a tua família, comunidade, país e mundo.



Lao Tsé (TAO TE KING - LIV)

O que está bem plantado não será arrancado.
O bem conservado não se perde.
Aquele que deixa o seu legado aos filhos e netos, não é esquecido.
Aquele que aperfeiçoa a sua pessoa, obtém uma vida autêntica.
Aquele que aperfeiçoa a sua família, tem uma vida plena,
Aquele que aperfeiçoa a sua comunidade, ganha vida.
Aquele que se dedica ao seu país, tem uma vida rica.
Quem esculpe o mundo, tem uma vida imensa.


Utopia


Uma vez perguntei a um sacerdote honrado, chamado Diamantino Garcias (1943-1995) (documentos RTV futuro, entrevista 8-8-1993), o que pensava das utopia, ao que ele respondeu tranquilamente:

“Acredito firmemente em utopias, são necessários alguns loucos nos nossos povos, que digam coisas impossíveis para que os sensatos se riam deles, mas sempre que os loucos nos mostram o dedo que aponta para a Lua, o imbecil fica a ver o dedo, no entanto, o louco está a apontar a Lua, o propósito é a Lua e não o dedo”.
                                                                                                                 (Diamantino Garcias)

A verdade é que, sendo um homem ateu, ou não, que despreze a vida do outro ou acredite que, pela sua posição social, o seu esforço vale mais do que o dos outros mais desfavorecidos, não merece por ordem natural a vida, já que esta, como mãe, ama todos os seres vivos, dando a cada um o seu espaço.

Aquele que atenta contra a vida, atenta contra as leis naturais e, portanto, contra Deus.

“E o rei vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que o fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes’.
                                                                                                                         (Mateus 25:40)

A igreja do Vaticano representa mais um rosto do sistema e uma falsa moral, pois todas as suas ações têm tomado o mesmo rumo ao longo da história, ou seja: perseguem o mundo! Mas e quem governa o mundo?

“Levando-o a um lugar alto, o diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do universo e disse-lhe: Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória, porque me foi entregue, e dou-o a quem me aprouver. Se te prostrares diante de mim, tudo será teu
                                                                                                                      (Lucas 4: 5-7)